Dólar fecha perto da estabilidade, a R$ 3,78, após nova atuação do BC

No exterior, moeda americana se valorizou ante 20 de 24 moedas emergentes

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São Paulo

A nova atuação do Banco Central no mercado de câmbio fez o dólar fechar perto da estabilidade nesta segunda-feira, na contramão do exterior.

O BC fez durante a tarde o primeiro leilão de linha (venda de dólares com o compromisso de recompra) desde que o dólar disparou para perto de R$ 4.

O objetivo da operação é oferecer liquidez ao mercado, ou seja, garantir que bancos terão dólares para vender a investidores que estão de saída do país ou precisam pagar compromissos em dólar.

Foram ofertados US$ 3 bilhões, mas houve demanda para apenas US$ 500 milhões.

Para Sidnei Nehme, da NGO Associados, o Banco Central precisava demonstrar que tem todos os instrumentos para conter o câmbio. A demanda fraca não compromete, para ele, a decisão de utilizar o instrumento.

“O que ele [BC] está fazendo é limitar a alta do dólar”, afirma.

Até esta segunda, o Banco Central vinha atuando apenas por meio da oferta de contratos de swap cambial, que equivalem à venda dólares no mercado futuro.

Foram colocados cerca de US$ 30 bilhões extras em contratos desde a segunda semana de junho.

“Na minha percepção, o swap já fugindo do objetivo de oferecer proteção e passou a ser usado para especulação”, acrescenta Nehme.

A moeda americana cedeu 0,07%, e fechou a segunda a R$ 3,7810. Considerada uma cesta de 24 moedas emergentes, o dólar perdeu para apenas 4.

O mercado doméstico mais uma vez ignorou o cenário externo. Investidores locais se ancoraram na notícia de que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) retirou da pauta o julgamento do pedido de liberdade do ex-presidente Lula, preso desde abril. 

A incerteza eleitoral segue um ponto importante para os investidores, que ainda procuram um candidato comprometido com o equilíbrio das contas públicas.

A Bolsa brasileira avançou apesar das fortes perdas registradas no exterior. O Ibovespa, principal índice acionário do país, ganhou 0,44%, a 70.952 pontos.

"A tendência continua sendo de queda de Bolsa e alta de dólar", diz André Perfeito, economista-chefe da Spinelli Corretora.

As ações da Petrobras avançaram após o anúncio de que foi fechado, na sexta-feira, um acordo para encerrar ação coletiva na Corte Federal de primeira instância em Nova York. As ações preferenciais (mais negociadas) da estatal avançaram mais de 3%.

No exterior, no entanto, a guerra comercial entre Estados Unidos e China se agrava e aumenta a aversão ao risco nos mercados.

Bolsas europeias e americanas registraram fortes perdas nesta segunda-feira. O índice Dow Jones caiu 1,33%, o S&P 500 perdeu 1,37%, enquanto o Nasdaq cedeu 2,09%.

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