Executivo deixa direção do Facebook para América Latina

Após três anos, Diego Dzodan sairá da empresa para ser presidente de app de beleza

Nelson de Sá
São Paulo

Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook para América Latina, anunciou à sua equipe de funcionários na terça-feira (26) que vai deixar a empresa no próximo mês de setembro. Ele ocupava o cargo havia três anos.

Na mensagem interna em inglês, obtida pela Folha, ele relata ter pedido demissão na última sexta à vice-presidente global de Soluções de Marketing do Facebook, Carolyn Everson, sua superior.

Diego Dzodan, vice-presidente do Facebook para América Latina, anunciou sua saída da gigante norte-americana - Facebook

"Decidi deixar o Facebook para me tornar presidente-executivo do Faci.Ly, uma startup de tecnologia cofundada por minha noiva, Ingrid [Macedo], e na qual sou membro do conselho e investidor", escreveu ele.

Afirmando ter sido "uma decisão difícil", acrescentou que seus três anos no Facebook deram "confiança ainda maior para buscar um sonho, que é iniciar um negócio na América Latina".

No texto, Dzodan declara ainda que deverá "ajudar com a transição" durante três meses, inclusive ocupando "um papel de liderança na procura do novo vice-presidente para América Latina".

Semelhante a Uber ou Loggi, o brasileiro Faci.Ly é hoje um aplicativo restrito a conectar usuárias a profissionais de beleza, como manicures, para atendimento em casa, mas deve ampliar seus serviços e alcance.

Executivo argentino que dirigiu antes a filial brasileira da alemã SAP, Dzodan ocupou o noticiário pouco depois de assumir o Facebook, ao ser preso no bairro paulistano onde residia, Itaim-Bibi.

Foi após a empresa não colaborar com investigações a respeito de conversas no WhatsApp, aplicativo que pertence ao Facebook --o crime em apuração era o de tráfico de drogas. Na ocasião, foi pedido o repasse de dados sobre localização e identidade de suspeitos, mas a companhia não divulgou.

À época, o Facebook disse estar desapontado com a medida "extrema e desproporcional de ter um executivo escoltado até a delegacia devido a um caso envolvendo o WhatsApp, que opera separadamente."

O WhatsApp, também na ocasião, classificou como "extrema" a decisão do juiz e disse que o aplicativo não podia fornecer informações que não tinha, já que, afirmou, as conversas dos usuários não são guardadas.

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