FMI apoia decisão do Banco Central de não usar juros para controlar dólar

BC anunciou intervenção com venda de US$ 20 bilhões para conter a disparada do dólar,

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O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, durante evento do FMI
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, durante evento do FMI - Jose Luis Magana/AP
Washington

Em meio a um cenário de volatilidade do câmbio em países emergentes, o diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional) Alejandro Werner declarou apoio, nesta sexta-feira (8), à decisão do Banco Central de não usar a taxa de juros para controlar a alta do dólar no Brasil.

“Há outros instrumentos para administrar, suavizar e evitar condições desordenadas nos mercados financeiros”, afirmou Werner, durante entrevista a jornalistas em Washington.

Para o diretor, responsável pela atuação do Fundo nas Américas, o BC está adotando “os princípios adequados de manejo da política monetária e financeira” no Brasil.

Nesta quinta, o Banco Central anunciou uma intervenção para conter a disparada do dólar, vendendo US$ 20 bilhões no mercado, e disse que usará todos os recursos disponíveis caso a volatilidade se agrave –mas não a elevação dos juros.

“A política monetária é separada da política cambial. Não há relação mecânica entre as duas. A política monetária não será usada para controlar a taxa de câmbio”, disse o presidente do BC, Ilan Goldfajn, na quinta.

Werner afirmou que o Brasil tem uma “posição sólida” em termos de reservas financeiras e da força do Banco Central, em comparação com outras economias emergentes, o que dá ao país uma situação mais confortável para lidar com a volatilidade do mercado internacional.

O que preocupa mais no caso brasileiro, porém, são os fatores internos, como o desafio de reduzir o déficit fiscal, a imprevisibilidade das eleições presidenciais e a necessidade de reformas estruturais, como a da previdência –já defendida pelo FMI em ocasiões anteriores.

“A agenda para o Brasil pelos próximos anos está muito clara. O próximo governo dará sinais importantes para sabermos se o país avança ou não”, declarou Werner.

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