França pede que ex-presidente-executivo do Carrefour abra mão de aposentadoria

Porta-voz do governo disse que Georges Plassat não deixou varejista em estado que mereça generoso pagamento.

Ex-presidente-executivo do Carrefour, Georges Plassat
Ex-presidente-executivo do Carrefour, Georges Plassat - Charles Platiau/Reuters
Paris | Reuters

​O governo francês pediu ao ex-executivo-chefe do Carrefour que abdicasse de seu pacote de aposentadoria, disse um porta-voz neste domingo (17), afirmando que ele não deixou o maior varejista da Europa em um estado que mereça um generoso pagamento.

Os acionistas aprovaram o pagamento de 13 milhões de euros a Georges Plassat com mais de 68% dos votos em uma assembleia anual de acionistas na sexta-feira (15), provocando uma onda de críticas dos sindicatos, das federações de funcionários e do ministro das Finanças.

Carrefour disse no sábado que Plassat, que deixou o cargo em julho de 2017, decidiu não aplicar uma cláusula em sua demissão, com o qual obteria cerca de 4 milhões de euros por se comprometer a não entrar para um concorrente. 

"Quando você fracassou na direção de uma empresa —e esse é o caso— você não sai com 13 milhões de euros. Ele desiste de 4 milhões de euros em uma cláusula de não concorrência aos 69 anos, é uma piada", disse o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, ao canal France 3.

"Ele recebe 500 mil euros em aposentadoria por ano, 40 mil euros por mês, acho que isso é suficiente e ele deveria ter desistido de seu pacote de 13 milhões de euros, a coisa toda, não apenas 4 milhões", acrescentou Griveaux.

Desde a saída de Plassat, seu sucessor Alexandre Bompard teve que anunciar cortes de empregos e fechamentos de lojas para melhorar o desempenho, ao mesmo tempo em que lança uma ofensiva de comércio eletrônico e busca uma parceria chinesa.

Griveaux disse que o pacote de Plassat equivalia a um "comportamento agressivo" e pediu aos sindicatos patronais AFEP e Medef que garantissem que as empresas seguissem suas diretrizes de remuneração dos executivos.

As duas federações disseram no sábado que revisariam suas diretrizes não vinculantes, que a maioria das grandes empresas francesas listadas atualmente segue.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.