Investigação de acidente com Super Tucano da Embraer deve levar meses

Piloto morreu na queda que ocorreu na última sexta, nos EUA

Estelita Hass Carazzai
Washington

A investigação sobre o acidente com um avião brasileiro Super Tucano, que deixou um morto nos Estados Unidos na última sexta-feira (22), deve se estender por meses, segundo informou a Força Aérea americana.

A aeronave participava da segunda fase de testes de uma concorrência internacional do governo americano, numa base militar no Novo México, quando ocorreu o acidente. O tenente da Marinha Christopher Carey Short morreu na queda. Um outro piloto conseguiu se ejetar e ficou levemente ferido.

Um porta-voz da base militar de Holloman, onde ocorreram os testes, disse à Folha que o Super Tucano “tem sido uma aeronave confiável para a Força Aérea americana e seus parceiros internacionais”. 

Mas este é o segundo incidente com um avião do tipo A-29, desenvolvido em parceria com a americana Sierra Nevada. Em março do ano passado, um Super Tucano comprado pelo governo americano para ser cedido à Força Aérea do Afeganistão caiu no estado americano da Geórgia, durante o treinamento de um piloto afegão. 

O relatório final, concluído nove meses depois, apontou uma falha no sistema de propulsão da aeronave, de motivos ainda não desvendados.

O governo americano não informou se o acidente desta semana irá influenciar o resultado da concorrência, que pretende adquirir 15 aeronaves para atuarem como uma alternativa mais barata ao veterano americano A-10.

O A-10 é empregado em ataques pela Força Aérea dos EUA desde 1977, mas sua hora-voo custa US$ 17 mil (R$ 64 mil), contra US$ 1.500 do Super Tucano (cerca de R$ 5.600). O avião brasileiro já é adotado por 14 Forças Aéreas pelo mundo e é considerado o melhor em sua categoria.

Caso vença a competição com o americano Hawker Beechcraft AT-6B Wolverine, a Embraer abre caminho para fornecer novos turboélices ao governo americano, que pode expandir a compra para até 120 aeronaves.

A Embraer informou que está colaborando com as investigações e informou solidariedade à família do aviador morto. A empresa não se manifestou sobre os possíveis impactos do acidente na concorrência de que participa.
 

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