Descrição de chapéu

Juros do cartão de crédito rotativo caem 25 pontos, para 303,6% ao ano

Cheque especial também recuou em maio em relação a abril, diz Banco Central

Maeli Prado
Brasília

Os juros do cartão de crédito rotativo e do cheque especial tiveram quedas expressivas no mês passado na comparação com abril, mostram dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (27).

As taxas do cartão rotativo recuaram de 328,6% ao ano no mês retrasado, em média, para 303,6% ao ano em maio, 25 pontos percentuais de queda. 

Já o cheque especial, que em abril cobrava juros de 321% ao ano, em média, fechou o mês passado com uma taxa de 311,9% ao ano, uma queda de 9,1 pontos percentuais.

Em ambos os casos, as reduções foram causadas por uma razão alheia à queda da taxa básica de juros. 
No caso do cheque especial, os bancos anunciaram em março uma espécie de autoregulamentação para essa categoria de crédito. 

A partir de julho, irão avisar quando o consumidor entrar no cheque especial e irão oferecer juros mais baixos do que o da modalidade. 

Na avaliação do chefe de Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, os bancos podem ter antecipado esse movimento, o que resultou na queda das taxas de maio.

No caso do cartão de crédito, a explicação para a queda também pode ser antecipação de mudança de regras do rotativo. Desde o início deste mês, o pagamento mínimo da fatura do cartão, que antes era estabelecido em 15%, passou a ser determinado pelos bancos por decisão do CMN (Comitê Monetário Nacional). 

Além disso, o comitê decidiu que, em caso de atraso no pagamento de empréstimos, os bancos só poderão cobrar os mesmos juros acertados com o cliente no momento da contratação da operação.

Parte das instituições financeiras passava a cobrar taxas de mercado quando o cliente começava a atrasar o pagamento de operações contratadas.

"Os dados são de maio, e a legislação vigora desde junho. Mas parece que houve uma antecipação dos bancos a esse fato", disse Rocha. 

A queda nos juros, entretanto, não ocorreu somente nessas modalidades.

No caso do crédito pessoal que exclui as operações consignadas em folha de pagamento, por exemplo, houve queda de 124,9% ao ano para 114,7% ao ano.

"A redução de juros foi generalizada em diversas categorias de crédito", disse Rocha. 

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