Mesmo com calote zero, custo do crédito corresponderia a mais da metade do atual

Dados do BC mostram que a margem dos bancos representou 14% do spread

Maeli Prado
Brasília

Mesmo se não houvesse inadimplência, o cliente ainda arcaria com um spread (diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o que cobram na ponta) correspondente a mais da metade do atual.

Dados do BC divulgados nesta terça-feira (12) mostram que, se o calote fosse magicamente zerado no Brasil, o spread do ICC (Indicador de Custo do Crédito) se reduziria de 12,7 pontos percentuais para 7,7 pontos percentuais, ou seja, uma diferença de 5 pontos percentuais.

Se o exercício feito fosse zerar as despesas administrativos ou o lucro dos bancos, a queda dentro do spread seria menor, de 3,6 pontos percentuais.  

Em outras palavras, mudanças no patamar de calotes dos clientes são o fator que mais mexem com o spread.

A inadimplência representou, em 2017, 38,27% do spread, uma leve queda em relação aos dados de 2016. 

As despesas administrativas, único componente que ganhou participação dentro do spread em relação ao ano retrasado, teve uma fatia de 25,55%, o pagamento de impostos, de 22,13%, e a margem de lucro, de 14,04%.  

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