Vlatko Vedral, professor de Física da Universidade de Oxford (UK) e do CQT (Centro de Tecnologias Quânticas de Singapura), defende a ideia de que o universo é constituído por informações.
Por mais estranha que essa ideia possa parecer, podemos considerar que a realidade é fruto da interação dos seres humanos com a informação. É o sentido que fazemos dela. Isso é neurociência.
Mesmo que ainda não tenha percebido, você está no negócio de compartilhamento de informações.
Neste instante, há um mundo lá fora sendo construído com informações compartilhadas por outras pessoas e empresas. Se você não participar disso, será o mundo deles.
Ainda que esse pensamento não esteja constantemente presente em nossa mente consciente, experimentamos a urgência de, de alguma forma, marcarmos nossa presença e participar da construção da realidade através das plataformas digitais.
Tatti Maeda é jornalista, publicitária, com especialização em gestão de negócios, inovação, mídias sociais e estratégia de marca. Ajudar os clientes a construir sua presença e relacionamento digitais é sua área de atuação.
Tatti considera que a presença digital é um movimento contínuo que costuma chamar de “trilha digital”.
Ela acredita que “há uma falsa sensação de que uma trilha digital seja basicamente estar em inúmeras mídias sociais e esse erro explica porque as crises acontecem nesse ambiente, causando impactos que deturpam a percepção sobre profissionais, produtos, marcas e serviços nesse ambiente”.
Numa abordagem profissional, a presença digital deve ser construída a partir da consciência de seu impacto.
A especialista define o tripé dessa presença: posicionamento, cadência e relacionamento.
“Posicionamento é ter consciência plena sobre o que fala, como fala, porque se está compartilhando ou publicando o que for. Uma vez que estejamos nos manifestando ou expondo em ambientes digitais, a informação se espalha, dissemina e não há controle sobre isso”, afirma Maeda.
A cadência é a frequência das publicações e comentários, que estimulam a continuidade das interações através do hábito.
Quanto ao relacionamento, Tatti alerta para o fato de que “a presença digital não se constrói apenas com a publicação de conteúdo proprietário e uma presença digital genuína demanda o reconhecimento de que estamos nos conectando com pessoas e o exercício da empatia”.
As redes sociais, os blogs, sites e canais de distribuição de conteúdo de áudio (podcast) e vídeo oferecem oportunidades interessantes para a participação na construção da realidade que nos cerca, mas a participação nesses canais não deve ser considerada uma finalidade em si mesma.
“Mais que pensar em ferramentas, tecnologia, recursos e plataformas digitais, entendo que seja necessário primeiro entender como essas aplicações transformam positivamente as relações e sociedade. É essencial, que as pessoas estejam aculturadas digitalmente antes de aplicar novos modelos. Isso se aplica em empresas, negócios diversos”, reforça Tatti.
A ideia de que é necessário um processo de “transformação digital” vem ganhando corpo dentro das organizações e é uma das principais preocupações atuais dos executivos que as lideram. É importante compreender que esse processo coletivo de transformação requer atitudes individuais.
“A inovação e a tecnologia chegaram para ficar e não podemos nos esquecer de aprender e evoluir com elas!”
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