Presidente da Audi é preso por suspeita de fraude em caso de emissão de poluentes

Rupert Stadler estaria envolvido em escândalo dos motores adulterados da matriz Volkswagen

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Presidente da Audi, Rupert Stadler, fala durante conferência em Ingolstadt, na Alemanha
Presidente da Audi, Rupert Stadler, fala durante conferência em Ingolstadt, na Alemanha - REUTERS
Frankfurt | AFP

O presidente da montadora de carros de luxo Audi, do grupo Volkswagen, foi preso nesta segunda-feira (18), o representante de mais alto escalão do conglomerado a ser levado em custódia por causa do escândalo de fraude em testes de emissões poluentes.

Promotores de Munique afirmaram que Rupert Stadler foi preso devido a temores de que ele possa dificultar investigações sobre a fraude.

"A ordem de prisão é baseada na ocultação de provas", afirma um comunicado divulgado pela Promotoria, que fez uma operação de busca e apreensão na semana passada na casa de Stadler. 

A Audi e Volkswagen confirmaram a prisão, sem revelar mais detalhes, e reiteraram que há ainda presunção de inocência de Stadler.

O executivo e outro integrante da diretoria da Audi foram acusados de fraude no fim de maio.  No fim de maio aconteceram operações nas residências dos dois suspeitos, depois de operações em fevereiro, março e abril nas casas e locais de trabalho de diretores da Audi na Alemanha, incluindo a sede da montadora em Ingoldstadt.     

A prisão de Stadler levou a Volkswagen a uma crise de liderança. Um porta-voz da Porsche SE, a companhia que controla Volkswagen e Audi, afirmou que a prisão do executivo será discutida em reunião do conselho de administração nesta segunda-feira.

A notícia da prisão do executivo acontece em um momento em que o novo presidente-executivo do grupo, Herbert Diess, está tentando introduzir uma nova estrutura de liderança, que inclui Stadler, e acelerar a migração do conglomerado em direção dos veículos elétricos.

O escândalo do "dieselgate" explodiu em setembro de 2015, quando a agência americana do meio ambiente, a EPA, acusou a Volkswagen de ter equipado 11 milhões de seus veículos a diesel, quase 600 mil deles nos Estados Unidos, com um dispositivo capaz de falsificar o resultado dos testes antipoluição e de dissimular emissões que às vezes eram até 40 vezes superiores aos limites autorizados. 

​A Agência Federal dos Automóveis, KBA, ordenou no início do mês o recall de quase 60 mil Audi A6 e A7 após a descoberta do dispositivo capaz de falsificar os níveis de emissões de gases poluentes.

Várias unidades da Promotoria na Alemanha abriram investigações por fraude, manipulação de cotação na Bolsa e publicidade enganosa contra trabalhadores da Volkswagen e suas marcas Audi e Porsche, assim como a Daimler e a marca de eletrodomésticos Bosch.

São alvos das investigações, além do atual presidente da Volks, o ex-presidente Martin Winterkorn e seu sucessor, Martin Mueller, e o atual chefe do Conselho de Vigilância do grupo, Dieter Poetsch.

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