Protesto de caminhoneiros interrompe 18 meses de alta na produção de veículos

Produção caiu 20% em maio na comparação mensal e 15% em relação a 2017

São Paulo

Após o baque dos protestos dos caminhoneiros, que provocou a suspensão temporária das atividades de todas as montadoras no país, a produção do setor automotivo caiu mais de 15% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

O resultado, divulgado pela Anfavea, associação do setor, nesta quarta-feira (6), interrompe uma sequência de 18 meses de altas na mesma base de comparação. 

A fabricação de veículos leves, caminhões e ônibus foi de 212,3 mil unidades em maio. Na comparação com abril, quando 266,1 mil veículos foram produzidos, a queda foi superior a 20%. 

A indústria estima ter perdido entre 70 mil e 80 mil unidades de produção durante a paralisação dos caminhoneiros, segundo Antonio Megale, presidente da Anfavea.

O setor voltou a operar com agilidade, segundo Megale. "A partir desta segunda-feira praticamente todas as nossas fábricas voltaram a operar, se não na totalidade, pelo menos parcialmente, o que mostra o esforço das áreas logísticas", disse. 

No entanto, a Anfavea diz acreditar que ainda pode haver impactos em junho porque algumas montadoras ainda estão com falta de certas peças. 

"Temos condição de recuperar a produção ao longo dos próximos meses. Podemos trabalhar tanto em fim de semana como e hora extra e, dependendo das condições do mercado, vamos buscar essas unidades que ficaram para trás", afirmou Megale. 

As vendas também  foram impactadas pela paralisação dos caminhoneiros. O licenciamento total de veículos novos ficou em 201,9 unidades, uma queda de 7% em relação a abril. Na comparação com maio de 2017 ainda houve uma pequena alta em torno de 3%.

"Acreditamos que 25.000 unidades poderiam ter sido licenciadas neste período, mas isso foi perdido. Seguindo o ritmo do crescimento que a gente vinha tendo, deveríamos estar chegando nas 227.000 unidades emplacadas", disse Megale.

EXPORTAÇÕES

A Anfavea estima ter perdido também 15.000 embarques nas exportações. Em maio deste ano, os números apontam 60,8 mil veículos leves caminhões e ônibus exportados, ante 73,4 mil no mesmo mês do ano passado. 

"Muitos carros ficaram retidos nas nossas fábricas sem poder chegar aos portos. Acreditamos que poderemos recuperar isso porque são contratos firmados", diz o presidente da Anfavea. 
Segundo ele os veículos já voltaram a ser embarcados.

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