Descrição de chapéu Eleições 2018

Projeto do Facebook para publicidade eleitoral chega ao Brasil

Campanhas deverão se registrar e anúncios terão marca; arquivo dará mais transparência

Nelson de Sá
São Paulo

O Facebook anunciou nesta quinta-feira (28) que vai estender ao Brasil duas ferramentas já usadas nos Estados Unidos, para propaganda eleitoral.

As campanhas precisarão se registrar e seus anúncios terão uma marca [tag]. Eles irão paralelamente para um arquivo de acesso público, com dados sobre sua produção, ficando disponíveis por sete anos.

Rob Leathern (esq.), diretor de Gerenciamento de Produto do Facebook, e Sheryl Sandberg (dir.), diretora de Operações, durante entrevista coletiva por vídeo - Reprodução - 28.6.2018

O registro, a ser realizado por candidatos, partidos, coalizões ou seus representantes, como determinado pela legislação eleitoral, será aberto em julho. As mudanças entram no ar em 16 de agosto, com a abertura oficial da propaganda eleitoral.

Questionada em entrevista coletiva por vídeo, desde Menlo Park, sede da empresa na Califórnia, a diretora de Operações do Facebook, Sheryl Sandberg disse que o Brasil é o primeiro país fora dos EUA com as ferramentas eleitorais, mas que outros virão.

"Tentamos priorizar as coisas para as eleições, daí o Brasil", afirmou. "Estamos nos movendo o mais rápido possível. É um bocado de trabalho."

Rob Leathern, diretor de Gerenciamento de Produto do Facebook, acrescentou que ainda não é possível dizer quais dados de anúncios políticos serão divulgados no arquivo público.

Ele não pode garantir, por exemplo, que o público terá acesso ao valor gasto pelas campanhas com cada um dos anúncios --como acontece nos EUA, que têm eleições legislativas neste ano. "Como é novo no Brasil, vamos aprender juntos", respondeu Leathern.

"Nas próximas semanas, vamos anunciar o que poderá ser diferente dos EUA", acrescentou. "Obviamente, estamos em contato com os reguladores [brasileiros, como a Justiça Eleitoral] e também com outros agentes, então teremos mais detalhes."

No fim da entrevista, Diego Dzodan, vice-presidente para América Latina e que deixará a rede social em setembro, ressaltou o fato de o Brasil "ser o segundo país no mundo" a adotar as ferramentas, que vão "dar visibilidade", até mesmo para a imprensa, ao que os candidatos estão promovendo na rede.

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