As vendas de equipamentos para escritório e combustíveis impulsionaram o setor varejista brasileiro em abril para um resultado melhor do que o esperado, embora o fôlego no início do segundo trimestre esteja ameaçado devido à paralisação dos caminhoneiros que afetou a economia no final de maio.
As vendas no varejo subiram 1% em abril sobre o mês anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (13).
O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da agência Reuters de alta de 0,6% na comparação mensal.
"A alta foi disseminada em todas atividades e de forma geral todo o varejo teve um movimento mais forte. Em alguns segmentos a inflação está mais baixa que a inflação geral, e também temos crédito mais farto e menor endividamento das famílias", afirmou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.
"Entretanto, a greve dos caminhoneiros vai bater em maio. Certamente haverá influência da greve no mês e a expectativa é que ela atinja todos os segmentos", completou.
O IBGE ainda revisou o dado de março para avanço de 1,1%, depois de divulgar anteriormente aumento de 0,3%, após incorporar novas informações principalmente sobre hipermercados e equipamentos de informática.
Sobre abril de 2017, as vendas cresceram 0,6% —expectativa de avanço da Reuters era de 0,55%.
A leitura do mês foi influenciada principalmente pelos aumentos de 4,8% nas vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação e de 3,4% em combustíveis e lubrificantes.
A comercialização em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com importante peso sobre o bolso dos consumidores, teve aumento de 1% em abril, depois de subir apenas 0,1% em março. A única atividade que não registrou ganhos foi a de outros artigos de uso pessoal e doméstico, cujas vendas ficaram estagnadas.
No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, o volume de vendas aumentou 1,3% na comparação com março.
Após o forte desempenho em abril, as vendas do comércio varejista devem recuar 2% em maio, "devido ao impacto das paralisações dos caminhoneiros", de acordo com o banco Itaú, que também projeta queda de 3,5% para o varejo ampliado no mês passado.
No segundo trimestre, o cenário para o setor varejista também é de desemprego alto e incertezas eleitorais, ao qual se soma a greve dos caminhoneiros no final de maio que afetou o abastecimento de combustíveis, alimento e outros insumos em todo o país.
No primeiro trimestre, o consumo das famílias teve expansão de 0,5%, contribuindo para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil expandir 0,4% sobre os três meses anteriores.
Entretanto, as contas sobre o crescimento da economia deste ano estão sendo reduzidas pelos analistas e já estão abaixo de 2%, sobre cerca de 3% esperados anteriormente.
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