Volkswagen nomeia presidente interino da Audi após prisão de executivo

Rupert Stadler pediu afastamento temporário e indicou o executivo de vendas Abraham Schot

Abraham 'Bram' Schot foi indicado para assumir interinamente a Audi
Abraham 'Bram' Schot foi indicado para assumir interinamente a Audi - Matthias Schrader/Associated Press
Munique | Reuters

A Volkswagen anunciou a nomeação de presidente interino para a divisão de carros de luxo Audi, após a prisão na véspera do executivo Rupert Stadler em meio ao escândalo em que a empresa é investigada por acusações de fraude em testes de emissões de poluentes de veículos.

A Audi afirmou que Stadler, 55, pediu afastamento temporário de sua posição e indicou para o lugar o executivo de vendas Abraham Schot, interinamente.

A prisão de Stadler colocou a Volkswagen de novo na turbulência criada há quase três anos, quando o grupo admitiu ter usado software ilegal para trapacear em testes de emissões de poluentes realizados em motores diesel nos Estados Unidos.

Analistas disseram que a prisão do executivo levantou dúvidas sobre se a maior montadora de veículos da Europa fez o suficiente para se recuperar do escândalo e que ameaça um período de trégua delicada entre os principais acionistas do grupo, que anteriormente discutiram sobre a permanência de Stadler no comando.

A Volkswagen reservou cerca de US$ 30 bilhões para cobrir o custo de multas, recalls e processos gerados pela fraude e está investindo bilhões de dólares em veículos elétricos para recuperar sua reputação.

Promotores de Munique prenderam Stadler em sua casa na segunda-feira (18), afirmando que viam risco dele esconder evidências. Ele continua detido, mas não foi acusado de ter cometido crime.

Volkswagen e Audi disseram na segunda que Stadler é inocente até que se prove o contrário.

O grupo alemão disse por anos que apenas gestores de níveis inferiores tinham conhecimento do esquema de fraude. Porém, autoridades dos EUA abriram processos criminais contra o ex-presidente Martin Winterkorn mais cedo neste ano e promotores alemães decidiram continuar com as investigações.

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