Lucro da Apple sobe 32% e chega a US$ 11,5 bilhões no trimestre

Ações sobem mais de 2% depois de anúncio de resultados trimestrais

Tim Bradshaw
San Francisco | Financial Times

O crescimento da receita da Apple continuou a se acelerar, puxado pelo aumento do faturamento da empresa com seu carro-chefe o iPhone.

A fabricante do iPhone registrou 17% de crescimento em sua receita anual, em seu terceiro trimestre fiscal, ante o período no ano passado. A receita de US$ 53,3 bilhões (R$ 200 bilhões) superou as projeções de Wall Street, e o lucro subiu em 32%, para US$ 11,5 bilhões (R$ 43,2 bilhões).

"Estamos felizes em relatar o melhor trimestre de junho da Apple, e nosso quarto trimestre consecutivo de crescimento de receita de dois dígitos", disse Tim Cook, executivo-chefe da Apple, em um comunicado.

As ações da Apple subiram em 2,4% em transações posteriores ao fechamento dos mercados e ao anúncio dos resultados.

O volume de vendas do iPhone subiu em apenas 1%, para 41,3 milhões de unidades, mas os preços médios de venda mais altos elevaram a receita anual da empresa com seu principal produto em 20%, para US$ 29,9 bilhões (R$ 112,3 bilhões).

As vendas unitárias reportadas não incluem outros 3,5 milhões de iPhones que já estavam em mãos de canais de varejo e foram vendidos a consumidores no trimestre; o iPhone X, o modelo mais caro da empresa, continuou a ser o mais vendido.

iPhones em lojas da Apple em Milão - AFP

As receitas da Apple Services, que inclui a App Store, iCloud e Apple Music, subiram em 31%, para US$ 9,5 bilhões. O resultado ficou acima das expectativas de Wall Street, mas inclui um item não recorrente, um pagamento de US$ 236 milhões por processos judiciais vencidos pela Apple, de acordo com Luca Maestri, o vice-presidente de finanças da empresa.

A orientação da Apple quanto ao próximo trimestre também ficou um pouco acima das projeções dos analistas, com receita de entre US$ 60 bilhões e US$ 62 bilhões, o que aponta para um retorno ao faturamento usual no trimestre de lançamento do novo iPhone, que sai em setembro.

"Estamos muito satisfeitos por reportar o melhor terceiro trimestre fiscal da história da Apple, e nosso quarto trimestre consecutivo de crescimento de receita em dois dígitos", disse Tim Cook, o presidente-executivo da Apple, em comunicado.

"Nossos resultados do terceiro trimestre foram propelidos por vendas fortes continuadas para o iPhone e para as divisões Services e Wearables, e estamos muito empolgados com os produtos e serviços que serão lançados em breve".

A divisão Wearables da Apple, que inclui o Apple Watch e o AirPod, registrou crescimento de receita de 60% no trimestre de junho, disse Maestri ao Financial Times, o que elevou suas vendas totais nos quatro últimos trimestres a US$ 10 bilhões. "Trata-se de uma categoria de produto que essencialmente não existia há três anos", ele disse.

"Nossos resultados do terceiro trimestre foram impulsionados pelas fortes vendas do iPhone, Serviços e Wearables, e estamos muito entusiasmados com os produtos e serviços em nosso pipeline", afirmou Tim Cook.

A Apple devolveu US$ 25 bilhões aos seus acionistas no trimestre, incluindo US$ 20 bilhões em recompra de ações, o que reduziu suas reservas de caixa líquidas a US$ 129 bilhões no final de junho.

O crescimento do iPhone no trimestre passado contrasta com o da Samsung, a maior rival da Apple, que esta semana anunciou sua primeira queda de lucros em quase dois anos, com vendas mornas de seu principal modelo de smartphone.

A Samsung atribuiu a queda às vendas inferiores ao previsto do Galaxy S9, apontando para rivais como a Xiaomi e Huawei, que oferecem aparelhos com especificações superiores a preços mais baixos, e disse que o mercado de aparelhos móveis continuaria a ser um desafio pelo resto do ano.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

 

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