O BNDES anunciou nesta quinta-feira (5) que vai criar um centro de desenvolvimento e aceleração de startups (novas empresas de tecnologia), que deverá abrigar no auge do funcionamento cerca de 1.000 empresas nascentes.
O centro, batizado de BNDES Garagem, ficará no Rio de Janeiro e iniciará a seleção de startups em novembro. Até lá, o banco pretende contratar uma aceleradora de projetos, que fará a gestão do espaço e pilotará a seleção de empreendedores.
A ideia é selecionar, ainda neste ano, 30 ideias para desenvolvimento de startups e outras 30 empresas já prontas, e que precisam de aceleração.
Mais 60 serão selecionados (30 em cada categoria) serão selecionados em 2019.
Para concorrer, os empreendedores deverão apresentar soluções em eixos estratégicos ditados pelo banco: segurança, educação, saúde, meio ambiente, soluções financeiras, economia criativa e internet das coisas.
Para colocar o projeto de pé, o banco vai gastar R$ 10 milhões entre 2018 e 2019. Nesta cifra, não entram valores de financiamento aos empreendedores, mas apenas os gastos com a infraestrutura e com o funcionamento do novo centro.
O suporte financeiro às startups será dado por meio de linhas de crédito que já existem no BNDES, como capital semente, fundos de venture capital e private equity. O banco tem cerca de R$ 3 bilhões investidos em fundos que financiam empresas nascentes, segundo o presidente, Dyogo Oliveira.
Nas próximas semanas, deverá lançar um fundo de capital anjo, com funding de R$ 100 milhões. Esse instrumento está em fase de seleção do gestor.
Mas o BNDES não terá exclusividade sobre o financiamento às empresas instaladas no novo centro.
Fundos privados serão convidados para atuar no centro, assim como universidades e clientes do banco estatal. A ideia é criar um ecossistema para o desenvolvimento de novas empresas de tecnologia. Para o BNDES, chance de financiar empresas que poderão ter forte potencial de crescimento.
Oliveira afirmou ainda que a iniciativa demonstra a mudança de foco em curso no BNDES, que vem deixando o financiamento a grandes empresas em troca de empresas menores.
Segundo ele, de janeiro a maio, 50,7% dos desembolsos do BNDES foram para pequenas, micro e médias empresas, marca superior à média histórica de liberações para este segmento (30%) e acima do verificado no mesmo período do ano passado (40%).
Isso representa pouco mais de R$ 10 bilhões para empresas menores.
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