China diz que vai responder a novas tarifas dos EUA sobre US$ 200 bi

Governo americano argumenta que responde à retaliação chinesa contra tarifas de 25%

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Pequim e Washington | Reuters

A China acusou os Estados Unidos de intimidação e alertou que vai responder após o governo americano elevar o tom na disputa comercial, ameaçando com tarifas de 10% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses.

O Ministério do Comércio da China afirmou nesta quarta-feira (11) que está chocado e que irá reclamar junto à OMC (Organização Mundial do Comércio), mas não afirmou imediatamente como vai retaliar. Em comunicado, disse que as ações dos EUA são completamente inaceitáveis.

O Ministério das Relações Exteriores descreveu as ameaças de Washington como "intimidação típica" e afirmou que a China precisa contra-atacar para proteger seus interesses.

"Essa é uma luta entre unilateralismo e multilateralismo, protecionismo e livre comércio, poder e regras", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, nesta quarta.

Pequim afirma que vai responder contra as medidas tarifárias de Washington, incluindo "medidas qualitativas", uma ameaça que empresas americanas na China temem que possa significar algo como inspeções mais duras, atrasos em aprovações de investimentos ou mesmo boicotes ao consumidor.

Os US$ 200 bilhões superam de longe o valor total de bens que a China importa dos EUA, o que significa que Pequim pode precisar pensar em maneiras criativas de responder a tais medidas dos EUA.

Na terça-feira (10), autoridades dos EUA divulgaram uma lista de milhares de importações chinesas que o governo americano quer atingir com as novas tarifas, incluindo centenas de produtos alimentícios, além de tabaco, químicos, carvão, aço e alumínio, provocando críticas de alguns grupos industriais dos EUA.

"Por mais de um ano, a administração [do presidente Donald] Trump pediu pacientemente à China que pare com suas práticas injustas, abra seu mercado e se empenhe em competição legítima", disse o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, ao anunciar as tarifas propostas.

"Em vez de tratar de nossas preocupações legítimas, a China começou a retaliar contra os produtos dos EUA. Não há justificativa para tal ação", completou ele em comunicado.

Na semana passada, Washington impôs tarifas de 25% sobre US$ 34 bilhões em importações chinesas, e Pequim respondeu imediatamente com tarifas equivalentes.

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