China pressiona UE por aliança comercial contra os EUA

Proposta enfrenta resistência entre países do bloco europeu

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Donald Tusk, presidente do Conselho europeu, e o primeiro-ministro chinês Li Keqiang em Bruxelas
Donald Tusk, presidente do Conselho europeu, e o primeiro-ministro chinês Li Keqiang em Bruxelas - Virginia Mayo/Reuters
Bruxelas, Berlim e Pequim | Reuters

A China está pressionando a União Europeia para emitir uma forte declaração conjunta contra as políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma cúpula neste mês, mas enfrenta resistência, disseram autoridades europeias.

Em reuniões em Bruxelas, Berlim e Pequim, autoridades chinesas, incluindo o vice-primeiro-ministro, Liu He, e o principal diplomata do governo, o assessor de Estado Wang Yi, propuseram uma aliança entre as duas potências econômicas e se ofereceram para abrir mais o mercado chinês, em um gesto de boa vontade.

Uma das propostas é de que a China e a União Europeia lancem uma ação conjunta contra os Estados Unidos na OMC (Organização Mundial do Comércio).

Mas a União Europeia, maior bloco comercial do mundo, tem rejeitado a ideia de se aliar a Pequim contra Washington, disseram cinco autoridades e diplomatas da UE, antes da cúpula sino-europeia em Pequim, de 16 a 17 de julho.

Em vez disso, a expectativa é de que a cúpula produza um comunicado modesto, que afirma o compromisso de ambos os lados com o sistema multilateral de comércio e prometa criar um grupo de trabalho sobre a modernização da OMC, disseram autoridades da UE.

O vice-primeiro-ministro, Liu He, disse que a China está pronta para definir pela primeira vez quais setores pode abrir para investimentos europeus na cúpula anual, que deve ter a presença do presidente Xi Jinping, do premiê chinês Li Keqiang e de autoridades da UE.

"A China quer que a União Europeia fique ao lado de Pequim contra Washington, para tomar partido", disse um diplomata europeu. "Nós não faremos isso e dissemos isso a eles."

PRIMEIRO TIRO

Também nesta quarta, o Ministério das Finanças da China disse que o país "não vai disparar o primeiro tiro" em uma guerra comercial com os Estados Unidos e não será o primeiro a cobrar tarifas.

Uma pessoa com conhecimento do assunto disse à agência Reuters que as tarifas da China sobre US$ 34 bilhões em produtos dos EUA vão entrar em vigor a partir do início desta sexta-feira (6). Dada a diferença de 12 horas, isso coloca sua implementação antes da entrada em vigor das tarifas de Washington, também sobre US$ 34 bilhões em produtos chineses em 6 de julho.

Mas o ministério emitiu um esclarecimento breve em resposta. "A posição do governo chinês foi declarada muitas vezes. Nós não vamos absolutamente disparar o primeiro tiro, e não vamos implementar medidas tarifárias antes que os EUA o façam", afirmou o ministério, sem dar mais detalhes.

Mais cedo, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lu Kang, disse que a China está pronta para agir, mas não confirmou a data de início das imposições das tarifas chinesas.

"A China já fez preparativos", disse Lu em uma entrevista coletiva.

"Desde que os Estados Unidos emitam a chamada lista tarifária, a China tomará as medidas necessárias para proteger firmemente seus interesses legítimos", acrescentou ele, sem dar mais detalhes.

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