Dólar sobe a R$ 3,93, no maior patamar desde março de 2016

Moeda é impulsionada pelo exterior com o acirramento da disputa comercial entre China e EUA

Tássia Kastner
São Paulo

O dólar subiu pelo segundo dia consecutivo e ultrapassou os R$ 3,93, no maior patamar desde 1º de março de 2016. Investidores foram guiados nesta quinta-feira por notícias vindas do exterior, como a divulgação da ata do Fed  (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) e a expectativa pela entrada em vigor das tarifas impostas pelos EUA à China, prevista para esta sexta-feira.

A moeda americana avançou 0,53%, a R$ 3,9350. O real foi a terceira moeda emergente que mais se desvalorizou nesta quinta, depois dos pesos argentino e chileno. No mês, a divisa brasileira é a que mais perdeu valor ante o dólar, 1,41%.

O real vinha apresentando comportamento controlado graças à atuação do Banco Central no câmbio apesar do cenário externo adverso. O BC está está afastado do mercado desde a metade da semana passada.

As notícias vindas do exterior devem continuar pressionando a moeda brasileira. A ata do Fed que houve debate sobre a proximidade de uma recessão e expressaram preocupações de que as tensões no comércio global poderiam atingir a economia americana, que pela maioria dos indicadores parecia forte.

Na reunião, o Fed decidiu elevar a taxa de juros americana para o intervalo de 1,75% a 2% ao ano, e a expectativa segue sendo de dois novos aumentos. 

"O Fed colocou que os riscos se intensificaram para a economia dos EUA mas, em princípio, continuará subindo os juros", afirmou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Taxas mais elevadas tendem a atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.

Com Reuters

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