Apesar de ter visto seu lucro cair 9% no segundo trimestre, sob impacto da multa recorde de € 4,3 bilhões (o equivalente a R$ 19 bilhões) estipulada na semana passada pela União Europeia, a Alphabet, empresa que controla o Google, apresentou um balanço melhor que o esperado e que agradou ao investidor.
O que mais contentou o mercado foi a queda do chamado custo de aquisição de tráfego —uma medida de quanto a empresa precisa gastar para atrair usuários ao seu mecanismo de busca. Foi a primeira redução em três anos nessa despesa, que reduz a margem de lucro da gigante da tecnologia.
O Google paga a fabricantes de smartphones, como a Apple, uma taxa para que seu sistema de busca seja o padrão nos aparelhos. Isso ajuda a empresa a se manter dominante no mercado de publicidade digital. A consultoria eMarketer estima que a empresa de Mountain View (Califórnia) encerrará o ano com o controle de 31% do mercado global de anúncios.
As ações da empresa negociadas no chamado "after market" (pregão eletrônico que sucede o tradicional) chegaram a subir mais de 5% em resposta ao balanço, levando o valor de mercado da companhia a se aproximar dos US$ 900 bilhões. Por volta das 11h30 desta terça (24), o valor de mercado da empresa era de cerca de US$ 873 bilhões (R$ 3,3 trilhões).
A Alphabet lucrou US$ 3,2 bilhões (R$ 12,1 bilhões) no segundo trimestre. O resultado foi diretamente afetado pela multa aplicada pela Comissão Europeia, braço executivo da UE, que acusa a empresa de abusar de sua posição dominante no mercado de celulares --o sistema Android está em mais de 80% dos smartphones.
Se não fosse a autuação, da qual a empresa recorre, o lucro teria sido de US$ 8,3 bilhões (R$ 31 bilhões), uma alta de 32% em relação ao resultado obtido no segundo trimestre de 2017, informou a Alphabet.
A receita da empresa cresceu 25% no período, para US$ 26,2 bilhões (o equivalente a R$ 98,8 bilhões).
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