Em encontro do G20, FMI alerta para queda do crescimento global com disputas comerciais

Fundo apresentará relatório sobre impacto da guerra de tarifas sobre PIB mundial, diz Lagarde

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Buenos Aires | Reuters

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou líderes econômicos mundiais neste sábado (21) que uma recente onda de tarifas comerciais prejudicará o crescimento global, um dia após o presidente dos Estados Unidos, ​Donald Trump, ameaçar uma escalada ainda maior da disputa com a China.

A diretora do FMI ,Christine Lagarde, afirmou que apresentaria um relatório detalhando os impactos das restrições já anunciadas no comércio global na reunião do G20 em Buenos Aires, que reúne ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais.

"É um indicativo do possível impacto no PIB (Produto Interno Bruto) global, que, na pior das hipóteses, sob medidas atuais, está na faixa de 0,5%", disse Lagarde em uma coletiva de imprensa conjunta com o ministro do Tesouro argentino, Nicolas Dujovne.

Na nota informativa preparada para os ministros do G20, o FMI afirmou que o crescimento global pode atingir 3,9% em 2018 e 2019, enquanto os riscos negativos aumentaram devido ao conflito comercial.

No mesmo encontro, o presidente do BC japonês, Haruhiko Kuroda, também pediu para que líderes das maiores economias do mundo recuem de uma guerra de tarifas comerciais e mercados cambiais estáveis beneficiariam a todos.

Kuroda respondia a questões sobre os comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que a Europa e a China estavam manipulando suas moedas para favorecer suas economias.

“É muito desejável que as moedas se movimentem de forma estável, refletindo fundamentos econômicos,” disse o presidente do Banco do Japão. "Já alcançamos acordo no G7 e no G20."

Kuroda também espera que o debate no G20 aplaque o aumento das tarifas de retaliação entre EUA e China.

Trump quebrou precedentes nos últimos dias com comentários criticando a força do dólar e as políticas monetárias do Federal Reserve e bancos centrais da China e da Europa.

O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, que participa da reunião, afirmou que Trump não está tentando influenciar os mercados cambiais, reiterando que um dólar forte reflete a força da economia do país e é interesse de longo prazo dos EUA.

Na Argentina para a reunião do G20, Mnuchin disse a repórteres que tanto ele como Trump apoiam totalmente a independência do banco central americano, o Federal Reserve.

Ao contrário de seus últimos antecessores, Trump criticou a política monetária do Fed e a força do dólar. Ele tuítou na sexta-feira que o aumento das taxas de juros pelo Fed tira a "vantagem competitiva" das exportações norte-americanas.

Mnuchin disse que ele e Trump apóiam totalmente a independência do Fed e que ele tem "enorme confiança" no trabalho que Jerome Powell está fazendo como presidente do BC americano.

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