Um tomate-cereja com teores mais elevados de açúcar e licopeno e com resistência natural a doenças foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Produzido a partir de métodos convencionais de melhoramento genético --a variedade não é transgênica--, ele é resultado de uma pesquisa iniciada em 2007.
O tomatinho híbrido, além de muito doce, apresenta alto teor de licopeno sem alteração no paladar.
Isso ocorre porque, dependendo das condições do ambiente em que é cultivado e do manejo da lavoura, os teores de licopeno podem variar de 110 a 144 microgramas/grama, enquanto os tomates comercializados no mercado têm de 30 a 90 microgramas/grama.
O licopeno combate radicais livres no organismo e ajuda a prevenir câncer —especialmente de próstata.
"Estudos clínicos têm recomendado um consumo diário de 10 mil a 60 mil microgramas de licopeno para uma eficaz ação de proteção contra o câncer de próstata. Precisaríamos de 8 a 10 frutos de 20 gramas cada para suprir as necessidades diárias mínimas", afirmou o pesquisador Leonardo Boiteux, da Embrapa Hortaliças.
O estudo foi desenvolvido por meio de parceria com a empresa Agrocinco.
Os teores de ácidos e açúcares são balanceados e ele apresenta firmeza e textura crocante, além de coloração intensa.
Conforme a Embrapa Hortaliças, o custo das sementes é cerca de 30% mais baixo.
Para se chegar a esse tomate, os pesquisadores usaram técnicas de melhoramento convencionais que envolveram cruzamentos entre linhagens.
O tomate já é cultivado em São Paulo, Paraná, Bahia, Ceará e Goiás, além do Distrito Federal, e é resistente a pragas como pinta-bacteriana, requeima e oídio (impede a fotossíntese), além de tolerante à mancha bacteriana e viroses.
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