Mesmo com crise fiscal, setor público bate recorde no número de contratados

Órgãos públicos contrataram 392 mil no 2º trimestre; país tem 11,6 milhões de servidores

Enquanto o mercado de trabalho brasileiro tem cada vez mais trabalhadores informais de um lado e, de outro, pessoas desistindo de procurar vaga, o setor público amplia as contratações e bate recorde de empregados num momento de severa crise fiscal.

No trimestre encerrado em junho, o setor dependente dos recursos da sociedade foi um importante gerador de vagas, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados nesta terça-feira (31). 

Entre abril e junho, 11,6 milhões de pessoas estavam empregadas no setor público —o maior nível da série histórica, iniciada em 2012.

No segundo trimestre, 392 mil pessoas foram contratadas pelo setor público. Deste total, 73% ou 289 mil vagas não tinham carteira assinada, em modelos de contratação que podem ser por meio de cargos comissionados ou consultorias. 

Na avaliação do IBGE, a alta é sazonal.

"É comum as prefeituras dispensarem trabalhadores no fim do ano e recontratá-los no início do ano seguinte", afirmou o coordenador de Trabalho e Renda do IBGE, Cimar Azeredo.

Como o país tem mais de 5.000 municípios, o movimento é grande.

Segundo Azeredo, o aumento da população ocupada, baseada na informalidade e na geração de vagas no setor público, ajudou na queda do desemprego. 

No segundo trimestre, segundo o IBGE, a taxa de desemprego caiu para 12,4%, em relação a 13,1% no primeiro trimestre e de 13% em igual trimestre do ano passado.

A queda, no entanto, foi influenciada pelo aumento do número de pessoas fora da força de trabalho.

O número de pessoas que não trabalham nem buscam emprego bateu recorde, chegando a 65,6 milhões, alta de 1,2% sobre o período anterior e o mais alto da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.  ​

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