Morre Carlo Benetton, um dos fundadores do grupo italiano de moda

Império de Benetton cresceu nos anos 1980 com inovadoras camisas de lã de cores fortes

Carlo Benetton, um dos criadores da marca de roupas italiana
Carlo Benetton, um dos criadores da marca de roupas italiana - Zuma Press/Fotoarena
 
Roma | AFP

Carlo Benetton, o mais novo dos irmãos fundadores do famoso grupo de moda italiano que leva seu nome, morreu nesta terça-feira (10) aos 74 anos em Treviso, norte da Itália.

O empresário morreu em sua residência em função de uma doença descoberta há seis meses, informou o grupo.

Junto com seus irmãos Luciano, Gilberto e Giuliana, participou da fundação da companhia em 1965, na localidade de Ponzano Veneto, nordeste da península, fabricando e comercializando tecidos e suéteres.

O império de Benetton cresceu nos anos 1980 graças às inovadoras camisas de lã de cores fortes, expandindo-se em todo mundo com lojas em cem países e abrindo fábricas em locais de mão de obra muito barata.

A marca "United Colors of Benetton" foi protagonista também na década de 1990 de verdadeiros escândalos pelas chocantes campanhas publicitarias idealizadas pelo fotógrafo Oliviero Toscani a favor da integração racial e dos direitos humanos.

Os irmãos Benetton decidiram se aposentar em 2003 e deixar a administração de sua fortuna nas mãos de executivos.

O grupo fechou o ano de 2017 com uma perda de 180 milhões de euros, a maior de sua história, e por isso Luciano, de 82 anos, decidiu voltar à frente da companhia e mudar de estratégia para reconquistar seus clientes em todo o mundo.

POLÊMICAS

A marca foi duramente criticada em junho deste ano, após publicar, com fins publicitários, uma imagem de imigrantes resgatados no Mediterrâneo pelo navio humanitárioAquarius.

Tirada por um fotógrafo durante uma operação de resgate em 9 de junho, a foto mostra um grupo de imigrantes com coletes salva-vidas vermelho, confinado em um bote inflável em pleno mar Mediterrâneo. Na base da imagem, o logo Unites Colors of Benetton.

"A SOS Méditerranée se dissocia completamente dessa campanha que mostra uma foto tirada quando nossas equipes resgatavam pessoas em perigo", reagiu no Twitter a organização humanitária francesa, que fretou o Aquarius.

"Deve-se respeitar a dignidade dos sobreviventes em todas as circunstâncias. A tragédia humanitária que acontece no Mediterrâneo não deve ser nunca usada com fins comerciais", acrescentou a ONG.

O grupo está acostumado a fazer campanhas publicitárias impactantes. Algumas fotos de Oliviero Toscani, como um doente de aids agonizando, uma mulher negra amamentando um menino branco ou uma freira beijando um padre, causaram polêmica na década de 1990.

A Benetton voltou a ficar na berlinda no final de 2011, com fotomontagens de líderes mundiais beijando-se na boca, entre eles o papa Bento 16 e um imã egípcio.

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