OMC diz que 'primeiros tiros' da guerra comercial foram disparados

'Peço aos que acreditam no comércio como força do bem para falarem', afirma Roberto Azevêdo

São Paulo

O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Roberto Azevêdo, falou nesta quarta-feira sobre o aumento da tensão e das preocupações relacionadas à guerra comercial, que ameaçam o comércio global. O brasileiro disse que "agora é a hora" para se falar sobre as questões comerciais. 

"Quer você chame ou não uma guerra comercial, certamente os primeiros tiros foram disparados", afirmou o brasileiro durante a reunião dos membros OMC.

O brasileiro Roberto Azevêdo é diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) - Michele Tantussi/Reuters

Sem citar os Estados Unidos, que vem aumentando as taxas de importação, Azevêdo disse em comunicado que a escalada [de taxações e disputas comerciais] representaria uma séria ameaça aos empregos, ao crescimento e à recuperação em todos os países.

Em comunicado, o diretor-geral alertou sobre o risco a longo prazo dos impostos sobre importação. "Há também um impacto sistêmico em potencial, que representa uma ameaça maior a longo prazo, especialmente se os países começarem a aceitar essa dinâmica tit-for-tat [retaliação equivalente] como algo normal".

O governo chinês impôs novas taxas às importações norte-americanas logo depois que as taxações do governo de Donald Trump passaram a valer. Países europeus, o México e o Canadá também estudam sobretaxar produtos importados dos EUA —também como resposta às medidas protecionistas de Trump relacionadas ao aço e ao alumínio. 

Segundo Azevêdo, a situação exige uma resposta urgente da OMC. De acordo com o comunicado, o diretor-geral tem encontrado com líderes e ministros dos países-membros da organização em busca de soluções. 

"O comércio afeta todas as nossas vidas. Por isso, peço a todos que acreditam no comércio como uma força do bem para falarem. Agora é a hora", afirma em comunicado.

Azevedo afirmou que tem visto progresso e um aumento no engajamento dos países às pautas da OMC. Para ele, mais países focados na organização podem ajudar a encontrar uma solução.
 

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