Pesquisa e gestão mais precisa do plantio aumentam colheitas no Brasil

Avanço genético das sementes, melhor manejo do solo e agricultura de precisão são exemplos de mudanças

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Denilson Oliveira
São Paulo

O volume superlativo da produção brasileira de grãos, que deve chegar a 228,5 milhões de toneladas na safra de 2017 e 2018, se deve em parte à pesquisa e à profissionalização da gestão no campo.

O avanço genético das sementes, o melhor manejo do solo, a agricultura de precisão e o uso de tecnologias inovadoras no campo são exemplos das mudanças “da porteira para dentro” que impactam a produção agrícola, segundo Luiz Cornacchioni, diretor-executivo da Associação Brasileira do Agronegócio.

“Em setores como grãos, celulose e proteína animal, nós temos feito nossa lição de casa com o investimento em pesquisa”, afirma.

Para Flavio Teixeira, gerente da Falconi Consultores de Resultados, especializado em agro, a produção de soja e milho no Brasil tornou-se muito eficiente economicamente. 

Nos últimos dez anos, só na soja, o aumento da produtividade foi de 54%. A última safra fechou em 3.400 quilos colhidos por hectare. 

No Paraná, estado com a maior produtividade do país, o índice chegou a 3.700 quilos de soja por hectare —nos EUA, líder mundial na produção da oleaginosa, o rendimento foi de 3.500 quilos.

Em Guarapuava, região centro-sul do estado, a família de Alexandre Seitz, 35, planta soja há mais de três décadas. Em 2017, ele teve uma produtividade de 4.800 quilos por hectare (equivalente a 79 sacas por hectare).  

“Somos a quarta geração de uma família que se desenvolveu junto ao agronegócio brasileiro. Sabemos o quanto a adoção de novas tecnologias aliada a um correto manejo na lavoura pode fazer diferença”, diz Seitz. 

Seu irmão mais novo, Marcos, 25, conquistou no ano passado o título de rei da soja do Brasil, entregue pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), ao alcançar produtividade de 149,08 sacas por hectare.

Para chegar ao feito, os irmãos Seitz investiram em técnicas como o plantio direto, rotação de culturas e manutenção da cobertura vegetal no solo, adubação, mapeamento do terreno para localizar quais são as áreas mais produtivas e melhoramento genético da semente.

“A evolução genética das sementes nos ajudou a dar um salto”, diz Alexandre. 

Em Corbélia, no interior do Paraná, o agrônomo Aldair Maranhão, 23, usa sementes de soja modificadas para tolerar o herbicida glifosato e que são resistentes a lagartas que atacam o plantio.

“Já faz quatro anos que testamos essa tecnologia. Percebemos uma produtividade maior, de 10 a 15 sacas por alqueire, e uma supressão maior no controle de pragas”, afirma Maranhão. 

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