Petrobras diz que parada em plataforma será compensada por importação de gás

Estatal negou que intervalo técnico afete tarifas de energia, após governo pedir adiamento

Plataforma de Mexilhão, na Bahia de Santos
Plataforma de Mexilhão, na Bahia de Santos - Agência Petrobras
Nicola Pamplona
Rio de Janeiro | Reuters

A Petrobras afirmou nesta terça (31) que planejou a importação de gás natural para compensar a queda na produção nacional com a parada na plataforma de Mexilhão, na Bacia de Santos, que preocupa o governo. A companhia diz ainda que a unidade só responde por 10% da oferta nacional.

A questão foi discutida em encontro na segunda (30) entre o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, e o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro. Antes da reunião, o ministro disse que faria um apelo à estatal para adiar a manutenção na plataforma.

A avaliação do governo é que as obras não deveriam ser realizadas no período seco, diante do risco de que a redução da oferta de gás possa levar ao acionamento de térmicas mais caras e poluentes, com impacto no preço da energia.

De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), a plataforma de Mexilhão produziu em maio 5,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, o equivalente a quase 10% do volume da produção nacional que chegou ao mercado naquele mês.

A Petrobras alega, porém, que a manutenção na unidade está sendo planejada desde 2014 e já mobiliza cerca de 500 pessoas. As obras terão investimentos de cerca de R$ 1 bilhão e, segundo a empresa, atendem a exigências legais de segurança do Ministério do Trabalho.

A estatal informou ainda que, durante as obras, a plataforma será adaptada para receber mais gás do pré-sal. Além de escoar o gás do campo de Mexilhão, a unidade recebe gás de outros campos do pré-sal e reenvia à unidade de tratamento de Caraguatatuba, no litoral paulista.

A Petrobras planejou também parada programada em térmicas durante o período das obras na plataforma, que durarão 45 dias, o que aumenta as preocupações do governo. O tema será discutido novamente em reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) nesta quarta (1).

"Para compensar a parada em Mexilhão, o planejamento realizado pela Petrobras envolveu aumento na oferta nacional de gás natural por meio da importação de gás natural liquefeito", disse a empresa, em nota.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.