O presidente Donald Trump disse nesta sexta-feira (20) que poderá sobretaxar todos os produtos chineses importados pelos Estados Unidos, se necessário.
"Estou pronto para chegar a 500", garantiu, em entrevista à emissora de televisão americana CNBC, referindo-se ao total de US$ 505,5 bilhões (R$ 1,9 trilhão) em importações da China registrados em 2017.
"Não estou fazendo isso por política. Estou fazendo isso para fazer a coisa certa para o nosso país", frisou.
Após semanas de negociações aparentemente inférteis, os Estados Unidos impuseram no início do mês tarifas de 25% sobre produtos mecânicos e tecnológicos chineses avaliados em cerca de 36 bilhões de dólares. Provocou uma reação imediata de Pequim, que garantiu que responderia com medidas equivalentes.
A China acusou os Estados Unidos de iniciarem a maior guerra comercial da história econômica.
Uma segunda parcela de produtos avaliados em US$ 16 bilhões (R$ 60,3 bilhões) está sob revisão e poderá ser acrescentada em breve aos sobretaxados.
Além disso, na semana passada, o governo dos Estados Unidos anunciou que começou a definir uma lista no valor de US$ 200 bilhões (R$ 754 bilhões) em produtos chineses, aos quais imporá novas tarifas. Com isso, no total, cerca de US$ 250 bilhões (R$ 942 bilhões) em produtos chineses importados se veriam ameaçados.
Na entrevista divulgada nesta sexta-feira, Trump reiterou sua consideração de que a China está se aproveitando dos Estados Unidos em questões como o intercâmbio comercial.
"Não quero que eles tenham medo, quero que ajam bem", afirmou o presidente sobre a China. "Eu realmente gosto muito do presidente Xi, mas isso era muito injusto", completou.
O confronto com a China é o mais importante de todas as lutas comerciais que Trump iniciou.
A situação gerou temores de que uma escalada da guerra comercial possa prejudicar a economia global, afetando as cadeias de fornecimento das empresas, forçando as companhias a pararem os investimentos e tornarem os produtos mais caros para os consumidores.
Em trechos da mesma entrevista divulgados na quinta-feira, Trump quebrou a prática histórica do Executivo de se abster de comentar as decisões do Federal Reserve, o Banco Central americano, por respeito à independência dessa entidade.
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