Bancários terão reajuste salarial maior do que a inflação

Aumento nos salários será de 5%; categoria manterá benefícios de antes da nova CLT

Cristiane Gercina

Os trabalhadores de bancos públicos e privados de todo o país terão reajuste salarial acima da inflação neste ano. Ao todo, a categoria conquistou 5% de aumento a partir de 1º de setembro.

Pelas estimativas da confederação nacional dos bancários, o reajuste deverá ser de 3,78%, que é a inflação estimada para o período, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mais 1,18%.

A categoria aceitou ontem a proposta feita pelos patrões em assembleias em São Paulo e outras cidades. Para o Sindicato dos Bancários de Osasco e Região, a maior vantagem foi conseguir manter direitos da convenção coletiva em vigor, que são anteriores à reforma trabalhista. “Os bancários já são uma referência de conquista de direitos para todos os trabalhadores. Somos uma das únicas categorias com uma convenção coletiva nacional e nossa mobilização avançou esse ano”, disse Ivone Silva, presidente do sindicato.

Os cálculos da entidade são de que, entre 2004 e 2019, a categoria terá aumento real acumulado de 23,5% nos salários e de 44,7% no piso.

A nova convenção deverá ser assinada na sexta-feira e valerá por dois anos. Em setembro de 2019, os bancários terão a reposição da inflação mais 1% de ganho real.

Ao todo foram dez rodadas, em uma negociação que começou em junho. A primeira proposta era para repor somente a inflação, o que não foi aceito pelos trabalhadores. Depois, ofereceu-se mais 0,5%, o que também rejeitou.

Protesto de bancários em agência bancária na avenida Paulista, em fevereiro - Folhapress

Reajuste

Os bancários de bancos públicos e privados terão reajuste salarial de 5%,  aumento deverá cobrir a inflação do período e garantir ganho real de 1,18% para a categoria

 Como fica a partir de setembro: 

  • Piso escritório após 90 dias: R$ 2.302,52
  • Piso caixa/tesouraria após 90 dias: R$ 3.110,40
  • PLR: 90% do salário + R$ 2.355,76 (podendo chegar a 2,2 salários) e parcela adicional de 2,2% do lucro líquido, dividido linearmente entre os trabalhadores, com teto de R$ 4.711,52
  • Auxílio-refeição: R$ 35,18 por dia
  • Cesta alimentação e 13ª cesta: R$ 609,87
  • Auxílio creche ou babá (para filhos até 71 meses): R$ 468,42

Como é hoje:

  • Piso escritório após 90 dias: R$2.192,88
  • Piso caixa/tesouraria após 90 dias: R$ 2.962,29
  • PLR: 90% do salário + 2.243,58 (podendo chegar a 2,2 salários) e parcela adicional de 2,2% do lucro líquido, dividido linearmente entre os trabalhadores, com teto de R$ 4.487,16
  • Auxílio-refeição: R$33,50 por dia ou R$ 737 por mês
  • Cesta alimentação e 13ª cesta: R$ 580,83
  • Auxílio creche ou babá (para filhos até 71 meses): R$ 446,11

 Fontes: Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro)

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