Basf conclui aquisição da Bayer em negócio de R$ 33 bilhões

A aquisição coloca a empresa alemã em quarto lugar no ranking mundial da agricultura

Logo da Basf em unidade na Suíça
Logo da Basf em unidade na Suíça - Christian Hartmann/Reuters
Gilmara Santos
São Paulo
A Basf anunciou nesta quinta-feira (2) a conclusão da aquisição dos negócios de sementes e herbicidas Bayer em um acordo que demandou investimento de € 7,6 bilhões (cerca de R$ 33,2 bilhões) e que teve as negociações iniciadas em outubro do ano passado. 

A venda faz parte dos ativos que a Bayer precisou vender para poder ter a compra da Monsanto aprovada pelo Departamento de Justiça americano. 
 
A aquisição coloca a Basf em quarto lugar no ranking mundial da agricultura.
 
O vice-presidente sênior da divisão de soluções para agricultura da Basf na América Latina, Eduardo Leduc, destaca que essa foi uma aquisição estratégica de curto, médio e longo prazo, e que abre novas oportunidades para o segmento da agricultura.
 
O negócio inclui operações na área de pesquisa e desenvolvimento, complementa as atividades de proteção de cultivos, biotecnologia e agricultura digital e marca a entrada da empresa no segmento de sementes e herbicidas não seletivos e nematicidas.
 
Para o executivo, a aquisição vai contribuir para ampliar as oportunidades dentro do segmento de sementes, especialmente em algodão, em que a empresa se torna líder de mercado; soja, que está em fase inicial; e em milho, onde analisa oportunidades.
 
O Brasil representa entre 25% e 30% dos negócios da Basf no mundo e a intenção é manter a participação de mercado, já que com a aquisição aumenta também a disputa com os Estados Unidos pelo topo do ranking do agronegócio na empresa.
 
No segundo trimestre deste ano, as vendas globais da Basf totalizaram 16,8 bilhões e o Ebit somou 2,4 bilhões de euros na comparação com o mesmo período do ano passado.
 
A compra da Bayer elevou em 50% o número de colaboradores no país, que passou de 1.000 funcionários para 1.500 pessoas. No mundo, são 4.500 colaboradores que passam a integrar a equipe da Basf.
 
A empresa também dobrou o número de unidades de pesquisa, com 25 novos campos de experimentos na América Latina, que somados aos já existentes totalizam 40 unidades, que permitirão o desenvolvimento mais rápido de tecnologias.
 
De acordo com Leduc, mesmo com o momento de incertezas enfrentadas pelo País, devido ao processo eleitoral, a companhia tem grande confiança na economia nacional. “Todos esses problemas não tiram do Brasil sua vocação agrícola e essa aquisição mostra que seguimos confiantes no País. É um momento de oportunidades”, comenta Leduc.
 
O presidente global da Divisão de Soluções para Agricultura da Basf, Markus Heldt, destacou a importância do Brasil e da América Latina dentro deste processo e afirmou que as marcas atuais serão mantidas e antecipou que nos próximos meses devem ocorrer novas descobertas que vão se juntar ao portfólio da companhia.
Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do informado na versão original do texto, o grupo alemão Basf comprou a unidade de sementes e herbicidas da Bayer, e não toda a companhia. O texto foi corrigido. 

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