BNDES afirma que vai apoiar interessados em leilões de rodovias

Presidente do banco de fomento disse que é procurado por grupos interessados nas concessões

Rio de Janeiro | Reuters

O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) vai apoiar os interessados nos leilões da Rodovia de Integração do Sul (RIS), marcado para novembro, e das BRs 364 e 365 que ainda dependem de parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), disse o presidente do banco de fomento nesta quinta-feira.

O BNDES, contudo, não pretende apresentar novas condições de financiamento aos interessados.

"Vamos dar apoio e as condições serão as de sempre e que fazem parte da nossa política operacional", declarou Dyogo Oliveira a jornalistas, após participar do Fórum Nacional promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE), sem dar mais detalhes.

Presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, durante entrevista à Folha em seu gabinete, em Brasília (DF)
Presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, durante entrevista à Folha em seu gabinete, em Brasília (DF) - Pedro Ladeira/Folhapress

Embora tenha criticado o nível de exigência e detalhamento dos órgãos reguladores para a concessão de rodovias no país, que ele chamou de nanométricas, Dyogo Oliveira disse que vem sendo procurado por muitos grupos interessados nas concessões das rodovias e que tem certeza que os leilões serão um grande sucesso.

"Ter obras tão detalhadas cria dificuldades de cumprir o plano original e contestações lá na frente", disse ele a jornalistas.

"O contato que temos tido com investidores nos deixa muito confiantes que vai haver demanda forte nos leilão da RIS e da 364 e 365", disse.

Para Oliveira, o setor de rodovias deveria usar como parâmetro o segmento de energia que tem leilões simples, disputados e que dão garantia de retorno aos investidores.

"O marco legal da infraestrutura tem que ser desenvolvido […] o marco legal do setor elétrico tem uma grande eficiência […] o oposto disso é o saneamento onde nossos indicadores são deploráveis e o marco regulatório uma confusão infernal“, declarou o presidente do BNDES.

"No setor de rodovias temos um modelo que caminha no sentido contrário: em vez de ir na direção do elétrico que é mais flexível, menos detalhado e com menos regulação, caminhamos para o detalhamento ao nível nanométrico e isso não tem condição de dar certo e menor hipótese de funcionar”, disse Oliveira.

DESEMBOLSOS

O BNDES desembolsou neste ano até julho cerca de R$ 33 bilhões, uma queda de 18% ante o mesmo período de 2017, enquanto as consultas cresceram 4% e os enquadramentos subiram 18% na mesma comparação, segundo o presidente da instituição.

Apesar da queda, Oliveira está confiante que o banco vá cumprir a meta de empréstimos do ano de R$ 70 bilhões a R$ 80 bilhões, por conta dos pedidos feitos no passado e que já estão próximos de serem liberados.

"Acho que é tranquilo fechar com mais uns R$ 40 bilhões até o fim do ano [em empréstimos]", disse.

Oliveira minimizou os efeitos da alta do dólar sobre a demanda por recursos do banco. “Isso é volatilidade de curtíssimo prazo [...] e decisões de investimento observam uma trajetória mais longa. Não acho que o dólar vai afetar.”

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