Erdogan diz que crise cambial na Turquia se assemelha a ataques religiosos

Presidente turco disse que o objetivo da crise monetária é deixar o país e seu povo de joelhos

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Istambul | Reuters

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta segunda-feira (20) que um ataque à economia turca não é diferente de um ataque à sua bandeira ou o chamado islâmico à oração, respondendo à recente onda de venda da lira.

Em discurso pré-gravado para marcar o festival de quatro dias do Eid al-Adha, que começa nesta terça-feira, Erdogan disse que o objetivo da crise monetária é "deixar a Turquia e seu povo de joelhos".

A lira despencou cerca de 40% neste ano frente ao dólar, afetada pelas preocupações com a influência de Erdogan sobre a política monetária e com o agravamento do conflito diplomático com os Estados Unidos. A aversão ao risco se espalhou para outras moedas de mercados emergentes e ações globais nas últimas semanas.

Em meio à tensão, vários tiros foram disparados mais cedo de um veículo na embaixada dos EUA na capital turca. Ninguém ficou ferido.

"O ataque à nossa economia não tem absolutamente nenhuma diferença em relação aos ataques à nossa oração e à nossa bandeira. O objetivo é o mesmo. O objetivo é colocar a Turquia e o povo turco de joelhos, para torná-la prisioneira", disse Erdogan.

"Aqueles que pensam que podem fazer a Turquia ceder com a taxa de câmbio logo perceberão que estão enganados".

Erdogan não chegou a nomear diretamente nenhum país ou instituição mas, no passado, culpou o "lobby da taxa de juros", as agências de classificação de risco do Ocidente e os financistas.

Grande parte da tensão recente tem se concentrado em torno de um pastor americano cristão evangélico, Andrew Brunson, detido na Turquia por acusações de terrorismo, o que ele nega.

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