Descrição de chapéu Balanços

Fintech ajuda pequeno investidor a diversificar

Novas empresas auxiliam na escolha de produtos que não exigem grandes quantias

Tássia Kastner
São Paulo

Os especialistas avisam que o imperativo "diversifique seus investimentos", conselho antigo de planejadores financeiros, também deve ser levado em consideração pelos pequenos investidores.

Mesmo os que têm quantias menores precisam cautela e estratégia para evitar perdas no atual cenário de incerteza política e econômica que marcará este segundo semestre.

Notas de R$20, recém-impressas na Casa de Moeda - Fernando Frazão/Folhapress

"Se estiver muito concentrado em algum investimento, reduza aplicações aí, e não é o momento de fazer apostas esperando lucrar alto", Ronaldo Patah, estrategista do UBS Wealth Management.

Antes de iniciar a diversificação, o investidor precisa formar a chamada reserva de emergência —o valor que precisa para cobrir cerca de seis meses de gastos caso perca sua fonte principal de renda.

Esse dinheiro precisa ser aplicado em investimentos de liquidez, como Tesouro Selic, fundos de DI ou mesmo a poupança, e compõe a fatia de 70% dos investimentos, no caso de conservadores.

Uma alternativa para organizar os investimentos é recorrer às chamadas fintechs, empresas novatas que usam tecnologia para prestar serviços financeiros. Elas entraram nesse mercado justamente com o objetivo de ajudar o investidor a montar um portfólio diversificado, sem que ele precise fazer essa seleção.

O dinheiro é aplicado automaticamente conforme o objetivo e o risco que o investidor está disposto a correr, de acordo com as respostas que ele fornece no questionário inicial de avaliação de perfil do investidor.

É cobrada uma taxa pelo serviço prestado. Pelo menos quatro atuam nesse mercado: Magnetis, Warren, Verios e Monetus.

Para diversificar investimentos de quem tem menos para investir, elas também têm recorrido a fundos.

A Magnetis oferecia serviços apenas a clientes com pelo menos R$ 10.000. Com a criação de fundos, a fintech permite aplicações com R$ 1.000.

"Aumenta a diversificação de carteiras e dá acesso a todo mundo, não só para quem tem muito dinheiro", diz Luciano Tavares, fundador e presidente da Magnetis.

O dinheiro pode ser distribuído em até três fundos: um de renda fixa, que acompanha a taxa de juros, um multimercado e outro de ações.

Lançado há cerca de um ano, o Warren destinava aplicações dos investidores sempre a um único fundo, conforme o objetivo. Para diversificar, era preciso criar um novo objetivo, complicando o processo.

O aplicativo está em reformulações e terá um perfil mais parecido com o proposto pela Magnetis. Cada objetivo passará a ser formado por uma carteira de investimentos que aplica em mais de um fundo.

"A gente construiu o Warren para pessoas de perfil mais passivo, sem exigir uma tomada de decisão, mas notou que as pessoas queriam ter acesso a mais produtos", afirma Tito Gusmão, um dos sócios do aplicativo.

Os grandes bancos também começam a atuar melhor entre investidores de menor porte. Para tentar segurar recursos de clientes que estavam migrando para corretoras em busca de investimentos mais atrativos, grande bancos passaram a distribuir fundos de gestores independentes.

O alvo agora são correntistas do segmento de alta renda (acima de R$ 10.000). Até então, apenas clientes do private tinham acesso a esses produtos, que tendem a render mais e pagar taxas de administração mais baixas.

Neste mês, o Banco do Brasil passou a oferecer fundos três gestoras independentes.

O banco acompanha o movimento iniciado pelo Itaú e seguido pelo Bradesco.

O perfil do investidor do BB é predominantemente conservador e uns poucos produtos atendiam suas expectativas. Com os juros saindo de 14,25%, em 2016, para a atual mínima histórica, de 6,50%, foi preciso buscar alternativas, diz Paula Mazanék, gerente geral da unidade de captação e investimentos.

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