Governo aciona BC contra corte de energia em RR pela Venezuela, diz ministro

Com pagamento travado por problemas operacionais, Venezuela ameaça cortar fornecimento

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São Paulo

O governo brasileiro acionou o Banco Central para resolver uma dívida com a Venezuela e evitar o corte do fornecimento elétrico a Roraima, afirmou à Folha o ministro de Minas e Enegia, Moreira Franco.

O estado é o único do país que não é interligado ao sistema elétrico brasileiro e depende em grande parte das importações de energia vindas do país vizinho, por meio da Corpoelec, estatal de energia venezuelana.

Os pagamentos à companhia, porém, estão atrasados, e a dívida chega a cerca de US$ 33 milhões —o que levou a Venezuela a ameaçar interromper o fornecimento. 

Prédio da companhia estatal de energia elétrica da Venezuela, Corpoelec, que ameaça cortar a distribuição para Roraima - Marco Bello/Reuters

No entanto, o problema é operacional: os bancos públicos nacionais não têm conseguido fazer as transferências, normalmente em dólar. 

"A Venezuela está se liquefazendo, o sistema financeiro deles está com grande dificuldade. Viu-se que não tinha mais condições do sistema funcionar", disse o ministro. 

A resolução do problema, segundo Moreira Franco, será dada por uma transferência entre bancos centrais dos dois países. 

Além disso, o Banco Central da Venezuela pediu que o pagamento fosse feito em euros. 

Segundo o ministro, a demora na resolução do problema se deu pela mudança monetária pela qual a Venezuela passou recentemente --foram retirados cinco zeros da moeda local. 

Ele não especificou quando a transferência será feita. 

Questionado sobre o prazo dado pela Venezuela para o pagamento —que ameaçou cortar o fornecimento em setembro—, Moreira Franco destaca que o governo brasileiro nunca deixou de pagar por uma vontade própria. 

"Como vai ter um deadline se o problema, na verdade, é deles? Nós estamos querendo pagar há muito tempo, não pagamos por dificuldades locais [da Venezuela]", diz. 

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