Monitor do PIB da FGV aponta crescimento de 0,3% no segundo trimestre

Na comparação com o mesmo período de 2017, a alta foi de 1,2%

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Rio de Janeiro e São Paulo

Apesar da paralisação dos caminhoneiros, a atividade econômica do país teve crescimento de 0,3% no segundo trimestre de 2018, na comparação com os primeiros três meses do ano, informou nesta segunda (20), o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. (Ibre/FGV).

Se confirmada a projeção, o PIB (Produto Interno Bruto) fechará o trimestre com a sexta alta consecutiva, demonstrando um processo de "lenta recuperação" após a crise iniciada em 2014, disse o pesquisados associado do Ibre/FGV Cláudio Considera.

Na comparação com o mesmo período de 2017, o crescimento da economia no segundo trimestre foi de 1,2%. Os dados são parte do Monitor do PIB, trabalho do Ibre/FGV que estima mensalmente o desempenho da economia usando como base a metodologia do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o Monitor do PIB, a taxa anualizada de crescimento é de 1,2%. Para Considera, se mantido o ritmo atual, a economia brasileira fechará o ano com crescimento superior a 1,7%, que é a taxa projetada pela FGV.

Analistas ouvidos pelo Banco Central estimam um crescimento de 1,49%, de acordo com o Relatório Focus divulgado na última sexta (17). a taxa é a mesma da semana anterior.

Considera avalia que o resultado do Monitor do PIB é surpreendente, já que os dados de maio mostraram forte impacto da greve dos caminhoneiros, que durou duas semanas e paralisou indústrias e comércio por falta de insumos e de capacidade de escoamento da produção. 

"Na indústria, [o impacto] foi brutal", afirmou ele. "Mas os dados de junho mostram que melhora de parte das perdas provocadas pela greve"

Os dados do IBRE/FGV mostram crescimento de 1,8% no consumo das famílias –em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior - impulsionado pela compra de bens duráveis. 

A taxa é menor do que os 3,1% do trimestre móvel encerrado em abril, segundo Considera, com impactos da greve. "O comércio sofreu um baque forte em maio", comentou ele.

A formação bruta de capital fixo, indicador que calcula o investimento na economia, fechou o segundo trimestre em 4,1%, também mostrando recuperação após a greve. O crescimento foi puxado pelo setor de máquinas e equipamentos. A construção civil continua no vermelho.

Já a exportação, na comparação com o período do ano passado, recuou 2,9%, e apenas os produtos agropecuários tiveram crescimento, com alta de 6,7%.

As importações subiram 6,5% na mesma relação entre os anos, com destaque para bens de capital (responsáveis por 2,7 pontos percentuais da taxa) e bens intermediários (2,6 pontos percentuais).

De acordo com a projeção do Ibre/FGV, o PIB brasileiro chegou a R$ 3,467 trilhões no acumulado do ano. No primeiro trimestre, segundo o IBGE, cresceu 0,4%, chegando a R$ 1,648 trilhão.

"O emprego só vai retomar com uma recuperação constante da economia", disse Considera. Na quinta (16), o IBGE informou que falta trabalho para 27,6 milhões de brasileiros. Destes, 4,8 milhões desistiram de procurar emprego, o maior número desde o início da série histórica, em 2012.

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