O vice-presidente executivo do Itaú BBA, Alberto Fernandes, afirmou que não tem medo de um eventual novo governo de esquerda no Brasil. O Itaú BBA é o braço de investimentos do Itaú Unibanco, o maior banco privado brasileiro.
“Não estamos nesse clima de medo da esquerda. Já passamos por 12 anos de um governo de esquerda”, disse Fernandes nesta quinta-feira (16) em um café da manhã com jornalistas.
Ele afirmou que todos os candidatos –seja à direita ou à esquerda– parecem demonstrar consciência da necessidade do Brasil em fazer reformas que controlem as contas públicas.
Para o executivo, a única diferença deve ser o ritmo de implantação das reformas, dependendo do vencedor. Enquanto candidatos de direita, como Geraldo Alckmin (PSDB) e Jair Bolsonaro (PSL), tendem a ser mais assertivos sobre o tema, a tendência dos postulantes à esquerda, como Ciro Gomes (PDT), é implantar as reformas por fases.
Fernandes também classificou como mitológica a suposta preferência do setor financeiro pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL), um dos presidenciáveis mais conservadores. “Isso é muito mitológico”, diz, ao ser questionado pela Folha sobre o assunto.
“O que nos interessa é o tema fiscal e todos demonstram preocupação com o tema. Alckmin é o que mais fala disso, mas Paulo Guedes, também, e o Mauro Benevides vai na mesma linha”, diz, referindo-se, respectivamente, aos “gurus” econômicos de Bolsonaro e Ciro.
O vice-presidente do Itaú BBA reconhece que deve haver oscilações no mercado a medida que as eleições se aproximam, principalmente se um candidato de esquerda subir nas pesquisas. Mas ressalta que os investidores de longo prazo continuam otimistas com o Brasil.
Na sua opinião, uma prova disso é o mercado de fusões e aquisições, que segue aquecido, demonstrando o interesse dos investidores estratégicos, ao contrário das emissões de ações, que estão praticamente paralisadas à espera das eleições.
No primeiro semestre deste ano, foram realizadas 64 transações de fusão e aquisição no país, movimentando US$ 29,3 bilhões (R$ 114 bilhões) –patamar similar ao do mesmo período do ano passado. Em 2017, foram 138 operações, estimadas em US$ 45 bilhões (R$ 175,9 bilhões).
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