Alta do dólar não deve nos surpreender, diz presidente do BNDES

Dyogo Oliveira vê economia brasileira mais forte do que em pressões cambiais passadas

Anaïs Fernandes
São Paulo

A disparada do dólar para R$ 4,19 nesta quinta-feira (13) não deve ser encarada como uma surpresa porque volatilidades são comuns em períodos pré-eleitorais, disse Dyogo de Oliveira, presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em evento da Abrainc (associação de incorporadoras) nesta sexta (14).

"Não devemos nos comportar nem analisar as coisas como um soldado surpreso com desfile em 7 de setembro. Nós sabemos que a cada quatro anos tem eleição e isso gera volatilidade nas taxas de juros e no câmbio", afirmou.

Presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, durante entrevista à Folha em seu gabinete, em Brasília
Presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, durante entrevista à Folha em seu gabinete, em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress

Oliveira ressaltou que, se considerada a inflação, os R$ 4,19 desta quinta teriam que estar, na verdade, acima de R$ 8 para vivermos situação similar ao estresse cambial da corrida presidencial que marcou a primeira vitória de Lula, em 2002. 

"Assistimos hoje a 50% do nível de estresse de 15 anos atrás. Isso mede a evolução do país no período. A economia brasileira hoje não é minimamente comparável com as dificuldades passadas nas ultimas décadas, o impacto prático da eleição nas nossas decisões econômicas hoje é muito menor do que já foi", disse.

Oliveira afirmou ter "plena segurança" de que a economia brasileira está em estágio de evolução e previu que o país deve retornar a crescimento de 3% nos próximos anos "sem problemas".

"Falta pouco, mas tem que resolver o problema da Previdência. É preciso encarar, representa 60% das despesas do governo. Não adianta falar em campanha que não vai fazer, porque não tem jeito", completou.

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