Após Lava Jato, Moody's revisará notas da CCR e da Ecorodovias

A agência de risco enxerga aumento do risco para a qualidade de crédito das companhias de infraestrutura

São Paulo

A agência de risco Moody’s colocou em revisão para rebaixamento os ratings dos grupos de infraestrutura CCR  e Ecorodovias.

O motivo é a nova fase da Operação Lava Jato, denominada Integração 2, para apurar suspeitas de corrupção na concessão de rodovias federais no Paraná. 

Na quarta-feira (26), foram feitas buscas e apreensões de documentos na sede da CCR e na casa de executivos e ex-executivos da companhia. Também foram presos representantes das seis concessionárias que cobram pedágio nas rodovias federais do estado —que incluem empresas operadas pela CCR e pela Ecorodovias. 

"A Moody's considera que esses eventos podem afetar negativamente a execução da estratégia de crescimento da empresa no curto prazo", afirmou a agência, em relação à CCR.

Sobre a Ecorodovias, disse que as investigações afetam a reputação da empresa e podem resultar em aumento do risco de refinanciamento e em multas significativas. "Em junho de 2018, a empresa reportou uma posição de caixa consolidado de aproximadamente R$ 1,1 bilhão e vencimentos de curto prazo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Embora seja difícil prever a duração e o resultado dessas investigações, o processo de revisão focará no desenvolvimento das investigações e no potencial impacto na alavancagem e liquidez."

No dia da operação, a CCR declarou, em nota, que está à disposição das autoridades, e informou que instaurou um comitê independente, em fevereiro, para apurar denúncias que envolvem o grupo.

As concessionárias operadas pela Ecorodovias disseram que estão contribuindo com as autoridades no fornecimento das informações necessárias.

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