O Brasil registrou déficit em transações correntes de US$ 717 milhões (R$ 2,9 bilhões) em agosto, maior rombo para o mês em três anos, afetado pela expressiva diminuição do superávit da balança comercial.
Em agosto de 2015, o déficit havia sido de US$ 2,593 bilhões (R$ 10,5 bilhões). Contudo, o dado que foi divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central veio melhor que a expectativa em pesquisa da Reuters de déficit de US$ 1,2 bilhão (R$ 4,8 bilhões).
No mês, os investimentos diretos no país (IDP) somaram 10,607 bilhões de dólares, mais que dobrando em relação ao patamar de US$ 5,152 bilhões (R$ 21.02 bilhões) registrado um ano antes.
Assim como nos meses anteriores, o resultado foi afetado principalmente pela balança comercial, que veio positiva em US$ 3,356 bilhões, recuo de 37% sobre agosto de 2017.
O desempenho menos positivo deve-se sobretudo ao avanço mais forte das importações que o observado nas exportações, na esteira de uma atividade econômica mais forte este ano.
Ao mesmo tempo, os gastos líquido de brasileiros no exterior caíram a US$ 900 milhões, recuo de 30,3% sobre agosto do ano passado, influenciado pelo dólar mais caro.
Em agosto, a moeda norte-americana acumulou alta de 8,46% –a maior desde setembro de 2015–, embalada por incertezas ligadas à corrida presidencial e à capacidade de o próximo presidente eleito implementar reformas econômicas para reequilibrar as contas públicas.
Por sua vez, as remessas de lucros e dividendos para fora caíram 36,2%, a US$ 1,377 bilhão.
De janeiro a agosto, o déficit nas transações correntes subiu a US$ 8,901 bilhões, sobre US$ 3,168 bilhões em igual etapa de 2017.
Em 12 meses, o rombo foi de US$ 15,538 bilhões, equivalente a 0,80% do PIB (Produto Interno Bruto).
A última projeção do BC para o ano, feita em junho, foi de déficit em transações correntes de US$ 11,5 bilhões. O BC divulga suas novas projeções nesta semana, no Relatório Trimestral de Inflação.
No mercado, segundo boletim Focus mais recente divulgado nesta segunda-feira, a expectativa é de um déficit de US$ 18 bilhões nas transações correntes em 2018.
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