Casino rejeita tentativa de fusão que Carrefour nega ter feito

Juntas, as redes tem participação de quase 32% do mercado na França

Paris | Reuters

Dois dos maiores grupos supermercadistas da França entraram em uma disputa nesta segunda-feira (24), depois que o Casino anunciou ter rejeitado uma tentativa de fusão do maior rival Carrefour, que o Carrefour negou ter feito.

Duas fontes com conhecimento do assunto disseram à reportagem que houve uma reunião em 12 de setembro entre o presidente-executivo do Carrefour, Alexandre Bompard, e o presidente-executivo do Casino, Jean-Charles Naouri, para discutir uma ampla gama de tópicos sobre oportunidades para os dois.

No entanto, uma fonte do governo francês disse que o governo –que normalmente se espera que poderia ser notificado– não estava ciente de qualquer negociação de fusão entre as empresas.

Logo da rede de supermercados Carrefour e da rede Casino
Casino informa que rejeitou tentativa de fusão com Carrefour, que nega proposta - AFP

Os grupos de supermercados da França estão procurando maneiras de aumentar os lucros depois de uma prolongada guerra de preços em casa, e também estão sob pressão para se modernizarem para combater os movimentos da gigante online Amazon e outros no setor.

Analistas disseram que qualquer fusão entre o Carrefour e o Casino deve atrair um exame minucioso de órgãos reguladores da concorrência, já que o Carrefour é a segunda maior rede da França, com 20% de participação de mercado, e o Casino tem quase 12%.

O Casino, cujas ações caíram este ano devido a preocupações com sua dívida, informou que foi contatado pelo Carrefour nos últimos dias sobre uma possível união, acrescentando que seu conselho de diretores se reuniu no domingo e unanimemente decidiu rejeitar a abordagem.

"O conselho de administração também reconheceu as barreiras, na França e no Brasil, a uma combinação com o Carrefour, especialmente em termos de concorrência e emprego", disse o dono dos supermercados Monoprix e Geant em um comunicado.

No entanto, o Carrefour –que, como o Casino, tem um grande negócio no Brasil– negou qualquer abordagem, dizendo em um comunicado que estava surpreso de que o conselho de administração do Casino poderia considerar "uma proposta de fusão que não existe".    

"As dificuldades enfrentadas pelo Casino e seu acionista controlador não justificam as comunicações inoportunas, enganosas e infundadas", afirmou o Carrefour.

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