CVC anuncia aquisição de empresas na Argentina por US$ 20 mi (R$ 83,6 mi)

Para empresa, momento de crise na Argentina traz oportunidades, com redução dos custos

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São Paulo | Reuters

A CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens anunciou nesta quarta-feira (5) acordos para aquisição do controle acionário de três empresas do setor de turismo na Argentina, por um valor total de cerca de US$ 20 milhões, como parte da estratégia de expansão internacional.

A empresa avalia que o momento de crise na Argentina traz oportunidades, com a redução dos custos locais, diante da desvalorização do peso argentino, enquanto as receitas devem ser mantidas, uma vez que uma parcela significativa é dolarizada, disse à Reuters o presidente da CVC, Luiz Eduardo Falco.

Segundo o executivo, a possibilidade de redução da demanda em meio ao cenário de crise no país também existe, mas a estimativa é que seja contida e a receita seja mantida.

Agência da CVC

A CVC fechou acordo para aquisição de 60,06% da Servicios de Viajes Y Turismo Biblos e da Avantrip.com, ambas do grupo Biblos Américas, ou Bibam, por meio de sua controlada argentina CVC Turismo S.A.U., pelo valor de US$ 5,375 milhões (R$ 22,4 mi).

Adicionalmente, a CVC assinou um memorando de entendimentos em caráter vinculante para a aquisição de participação acionária de 60% na Ola Transatlántica Turismo, por US$ 14,04 milhões (R$ 58,4 milhões). Com sede em Rosário, a Ola tem reservas anuais confirmadas em 2017 de US$ 285 milhões.

O grupo Bibam, um dos maiores em comércio eletrônico em volume de transações na Argentina, oferece produtos e serviços de viagem, além de programa de benefícios e fidelidade. Também atua como agência de viagens focadas no mercado de luxo, corporativo e eventos, com reservas anuais confirmadas de aproximadamente 200 milhões de dólares em 2017.

Segundo Falco, a CVC vai adotar a mesma postura no mercado argentino que usa em suas aquisições no Brasil, de consolidar as áreas de backoffice, aproveitando as sinergias, e deixar as demais áreas atuando de formas independentes.

“Isso é bem razoável porque a intersecção das empresas é praticamente zero”, disse Falco.

A CVC disse que terá juntamente com a Ola Transalántica Turismo e a Biblos/Avantrip aproximadamente US$ 500 milhões em reservas anuais confirmadas, estando entre os três maiores grupos de viagens do mercado argentino.

“A administração da companhia considera uma boa oportunidade de crescimento e geração de valor alinhada com a estratégia de expansão regional, a despeito da volatilidade recente da economia argentina, fato que foi contemplado nos termos das duas transações”, disse a CVC, acrescentando que o fluxo de turismo entre Brasil e Argentina “por si só representa uma grande oportunidade de sinergia”.

No início de agosto, a CVC informou que avaliava a internacionalização por meio de aquisições na América Latina. Naquele momento, Falco disse que havia muitas similaridades entre os destinos buscados pelos clientes do Brasil e dos demais países da região.

“A gente está olhando (uma possibilidade de aquisição fora do Brasil) faz tempo. Fizemos um movimento importante na hora certa”, disse Falco.

O executivo não informou sobre planos futuros de aquisições, dizendo apenas que agora a empresa precisa consolidar as compras recentes, mas que segue de olho no mercado.

Para os analistas do BTG Pactual, o movimento de expansão para a América do Sul já era esperado e o risco de execução é maior quando comparado com as aquisições no Brasil, “mas o montante a ser investido não é relevante”. A equipe tem recomendação de “compra” para os papéis da CVC.

Às 12h50, as ações da CVC subiam 1,83%, a R$ 40,03, entre as maiores altas do Ibovespa, que avançava 0,46%.

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