Motoristas de Uber e Cabify protestam em Madri contra mudanças na lei

Governo espanhol deve aprovar regras mais duras contra os aplicativos de transporte

Milhares de motoristas dos serviços Uber e Cabify, portando bandeiras e entoando slogans como "queremos trabalhar", protestaram em Madri nesta quinta-feira (27), contra os planos do governo de aprovar novas regras que irão limitar a atuação dos aplicativos de transporte.

Os motoristas das empresas, que enfrentaram reclamações de taxistas em todo o mundo por supostamente oferecerem concorrência desleal, ofereceram passeios gratuitos por 12 horas um dia antes da greve, disse a associação comercial Unauto.

Manifestantes seguram faixas com os escritos "Pelo direito de trabalhar", em ato em Madri, na Espanha - AFP

Na Espanha, há quase 11 mil veículos com licenças de compartilhamento de transporte e mais de 65 mil com licenças de táxi, segundo dados do Ministério Público, com mais de 150 mil taxistas e 15 mil motoristas Uber e Cabify operando em todo o país.

O motorista do Cabify Juan Antonio Sastre, de 57 anos disse que teme pelo seu trabalho antes do novo regulamento ser aprovado na sexta-feira. "Nós não sabemos o que vai acontecer a seguir, nosso futuro é incerto", disse ele, enquanto participava da manifestação.

Detalhes completos do novo regulamento ainda não foram anunciados, embora se espere que novas leis incluam restrições adicionais para os serviços não relacionados a táxi oferecidos pelas empresas.

Apoiado por investidores, incluindo o Goldman Sachs e o BlackRock, e avaliado em mais de US$ 70 bilhões, o Uber vê a Europa Ocidental como um mercado cada vez mais importante.

O Uber enfrentou processos judiciais em vários países do mundo, com taxistas londrinos planejando uma ação judicial coletiva e o governo de Nova York questionando os serviços depois de uma onda de suicídios por motoristas de táxi que lutavam para competir.

Os motoristas de táxi, que fizeram sua própria greve de seis dias no início de agosto para protestar contra as licenças do Uber e do Cabify, dizem que os serviços, que são contratados por meio de aplicativos de smartphones e não nas ruas, estão deliberadamente cobrando menos.

"Não podemos competir com corporações como Uber e Cabify, seus preços estão muito baixos", disse o motorista de táxi Jorge Gordillo, de 33 anos, em Madri.

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