Nova rodada de taxas dos EUA contra a China pode atingir produtos da Apple

Sutiã da Victoria's Secret e tênis Nike também correm o risco de verem os impostos crescerem

Sidney e Hong Kong | Bloomberg

A próxima cartada de Donald Trump na disputa comercial pode deixar os americanos descamisados -- literalmente.

A ameaça do presidente dos EUA de impor tarifas sobre praticamente tudo o que o país importa da China significa que roupas, calçados e itens do dia a dia podem ser taxados —de sutiãs Victoria’s Secret a tênis Nike. E os smartphones da Apple não escaparão.

Trump anunciou nesta segunda-feira (17) que irá taxar mais US$ 267 bilhões em produtos fabricados na China. Já foram propostas tarifas sobre US$ 200 bilhões.

A medida entrará em vigor em 24 de setembro. A tarifa será de 10% até 1º de janeiro, quando aumentará para 25%.

A diferença em relação às sobretaxas anteriores é que a nova medida vai afetar consumidores diretamente, às vésperas da temporada de compras de fim de ano, atingindo itens como eletrônicos, alimentos e utensílios domésticos.

Os americanos teriam de pagar mais por geladeiras e outros aparelhos domésticos. Empresas como Target e Samsonite International já alertaram que as tarifas resultarão em preços mais altos.

Veja como a guerra comercial pode atingir os americanos da cabeça aos pés:

Cabeça

Os EUA importaram aproximadamente US$ 1 bilhão em óculos e produtos para a vista da China, de acordo com a Comissão Internacional de Comércio dos EUA. Óculos de sol fabricados na China pela Prive Revaux hoje são vendidos no website Walmart.com por US$ 29,95. O país também é o principal fornecedor de lenços e xales para o mercado americano e o segundo maior fornecedor de aparelhos auditivos.

Ouvidos (e pulsos)

A Apple alertou para alta de preços dos fones de ouvidos da AirPod e para o relógio Apple Watch se a proposta de taxação de US$ 200 bilhões em produtos chineses entrar em vigor.

De acordo com a agência de notícias Reuters, a medida não deve afetar os relógios inteligentes, como o Apple Watch e o Fit.

Além disso, iPhones e iPads podem ser reajustados se as tarifas adicionais forem adiante. A Apple depende de fornecedoras como Foxconn Technology Group e outras fabricantes de componentes com operações na China.

Torso

Em 2017, os EUA compraram da China US$ 4,6 bilhões em suéteres e US$ 606 milhões em camisetas e camisas informais. Para quem precisa se aquecer neste inverno, os preços dos casacos na Macy’s e Burlington Stores devem subir, uma vez que a China é a maior exportadora desses itens para os EUA.

Mãos

Com o inverno chegando, luvas feitas na China e vendidas pela Walmart e outras varejistas nos EUA também estão na lista de potenciais alvos das tarifas. Bijuterias e relógios podem ser os próximos alvos, pressionando marcas como a Fossil Group, que compra de fábricas chinesas.

Roupa íntima

A China é a principal fonte de calcinhas, sutiãs e outros itens de lingerie, totalizando US$ 1,2 bilhão em bens comprados pelos EUA no ano passado. O país asiático é também é o maior fornecedor de cuecas.

Modelo veste sutiã da marca Victoria's Secret antes de desfile da grife em 2017 - Reuters

Malhação

Roupas esportivas vendidas por Under Armour, Foot Locker e Lululemon Athletica vão ficar mais caras se Trump cumprir a ameaça. O mesmo vale para US$ 1,3 bilhão em meias e meias-calças enviados da China para os EUA no ano passado.

Pés

A China embarcou para os EUA aproximadamente US$ 11,5 bilhões em calçados em 2017. Até as galochas para chuva vão ficar mais caras. Sem falar nas palmilhas fabricadas por lá.

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