Ipea reduz previsão de crescimento do PIB para 1,6% neste ano

Valor está acima das expectativas do mercado

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São Paulo

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revisou a projeção de crescimento do PIB de 2018 para 1,6%. A previsão anterior do instituto era de 1,7%.

Para 2019, o instituto estima crescimento de 2,9%,  contra 3% da previsão anterior.

A análise aparece no relatório Visão Geral de Conjuntura do terceiro trimestre, divulgada pelo instituto nesta quinta-feira (27).

As previsões do Ipea são superiores as do mercado financeiro. Na semana passada, um conjunto de mais de 100 economistas cuja opinião é coletada pelo Banco Central, reduziu para 1,35% (ante 1,36%) a estimativa de avanço da economia neste ano.
 

O instituto destaca no relatório que, apesar da percepção de que a economia está andando de lado, provocada pela frustração da expectativa de um crescimento mais robusto 

"Embora a sensação geral seja de uma economia estagnada – talvez pelo fato de o PIB ainda encontrar-se 6% abaixo do nível pré-recessão, ou de a taxa de desemprego ainda se manter muito elevada, em torno de 12,5% da força de trabalho, algum crescimento tem sido observado."


Por setor, o ipea estima um crescimento da indústria de 1,8%, de 1,6% nos serviços. A agropecuária deve ter retração de 0,5% e o consumo das famílias deve avançar 2%.

O principal freio para um crescimento maior,, segundo o Ipea, é o desequilíbrio das contas públicas.

"O desequilíbrio fiscal, ao colocar a dívida pública em trajetória de alta não sustentável, tem gerado incertezas que afetam as decisões de investimento e consumo de mais longo prazo e aumentam o risco financeiro percebido pelos investidores", aponta o relatório.

Para o instituto, o superávit primário só virá em 2023, após a realização de reformas que segurem o crescimento dos gastos públicos.

Outros pontos que dificultam a retomada são a volatilidade no mercado financeiro, a expectativa de aumento de juros nos Estados Unidos

O Ipea também aponta a necessidade de medidas que destravem investimentos produtivos e em infraestrutura..

Segundo o Ipea, a forte desvalorização cambial recente deve provocar alguma pressão inflacionária no final do ano e ao longo de 2019, mas a inflação segue controlada. 

A inflação acumulada em 2019 será próxima da meta do ano (4,2%a.a.), passando para 4% em 2020 e 3,75% em 2021.

Para 2019, o Ipea espera que a indústria cresça 2,8%, os serviços 2,9% e a agropecuária 3,6%. O instituto também vê o consumo crescendo a 3% e o investimento a 4% no ano que vem.

Com Reuters

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