PT faz autocrítica e diz que faltou diálogo com setor elétrico

Evento do setor elétrico reuniu representantes de candidatos à Presidência

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Representante do PT, o ex-diretor da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) Maurício Tolmasquim, fez uma autocrítica em relação às gestões petistas e disse que “faltou maior diálogo” com os diferentes segmentos do setor.

A gestão petista é fortemente criticada pela maior parte do mercado de energia elétrica, que aponta intervenções da ex-presidente Dilma Rousseff e as tentativas de reduzir artificialmente o preço da energia como os principais fatores para a atual crise do setor.

Tolmasquim representou a chapa do PT em evento da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia), realizado nesta quarta-feira (5), em São Paulo.

Ele ressaltou a necessidade de retomar o diálogo com os diferentes segmentos do setor.  “Não se pode fazer as coisas unilateralmente.”

Dilma com funcionários da Petrobras em evento em Angras dos Reis, em 2011 - Sergio Moraes/Reuters

Também destacou como prioridade do programa a resolução da disputa em torno do risco hidrológico, que hoje acumula mais de R$ 6 bilhões não pagos por geradores hidrelétricos.

“Quem chegar terá três meses para resolver o passivo e, então, repactuar de quem é risco hidráulico. Sem o mercado funcionar, nada vai adiantar”, disse.

O problema do risco hidrológico começou em 2014, quando a seca reduziu a capacidade de geração das usinas hidrelétricas. As empresas passaram a ter que comprar energia a preços mais altos para compensar a queda da geração própria, o que elevou seus custos. Para agravar o quadro, a ONS, operadora do sistema elétrico, começou a acionar mais termelétricas para poupar os reservatórios. 
Assim, as empresas geradoras começaram a ir à Justiça para evitar esses custos, gerando um rombo bilionário no setor.

A resolução dessa disputa também foi apontada como uma das medidas prioritárias do representante de Jair Bolsonaro (PSL), Luciano de Castro —um dos convocados pelo economista Paulo Guedes para a chapa.

Segundo ele, a meta principal é reduzir o preço da energia, tanto para consumidores como para empresas, para dar mais competitividade às companhias.

A resolução de imbróglios judiciais e medidas para “colocar o mercado para funcionar” são ações necessárias para atingir esse objetivo, diz ele, que também criticou a intervenção do governo na concorrência dos leilões para contratar projetos de energia e defendeu o livre mercado.

O engenheiro Aderbal de Arruda Penteado Junior, que representou a chapa do PSDB, também destacou a necessidade de mais diálogo com o setor e a necessidade de garantir a independência das agências reguladoras, como a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

A equipe do candidato Geraldo Alckmin também tem apoiado medidas previstas no novo marco regulatório do setor, elaborado em consulta pública em 2017, que incluem a expansão do mercado livre de energia (em que consumidores compram energia e negociam preços diretamente de geradores ou comercializadoras), mudanças na forma de contratações de projetos geradores, entre outros.

Em sua fala, o representante de Ciro Gomes (PDT), Nelson Marconi,   também criticou a “intervenção excessiva” da gestão petista. “O resultado foi péssimo. A política desenhada não respeitou que empresas precisam ter uma lucratividade mínima”, disse.

Ele defendeu a diversificação das fontes de energia, para reduzir a dependência da fonte hidrelétrica.

Marconi também afirmou que as reservas hídricas devem continuar nas mãos de empresas nacionais, mas disse é necessário ampliar a concorrência em outros segmentos, como distribuição. 

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