Novo iPad Pro aposenta botão 'home' e ganha reconhecimento facial

Apple também lançou nova versão do laptop e do computador Mac Mini

São Paulo | Reuters

A Apple realizou a maior atualização que o iPad já recebeu desde o lançamento do tablet em 2010, acrescentando câmeras de reconhecimento facial e uma tela maior, em uma estrutura menor.

Os dois novos iPad Pro sinalizam a morte do botão "home", introduzido originalmente com o primeiro iPhone, de 2007, em toda a linha de aparelhos equipados com o sistema operacional iOS mais recente. Só os iPads básicos, atualizados mais cedo este ano, ainda contam com o conhecido botão circular, substituído por toques e gestos de tela nos iPhones lançados este ano.

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Novo iPad Pro com capa que possui um teclado acoplado; tablet e acessórios ficaram mais caros - Xinhua

Os produtos, exibidos em um evento em Brooklyn na terça-feira (30), mantiveram a tendência de aumento de preço da Apple em toda a sua linha. Um iPad Pro de 11 polegadas tem preço inicial de US$ 799, ante US$ 649 para a versão de 10,5 polegadas do ano passado, enquanto o modelo de 12,9 polegadas parte dos US$ 999, ante US$ 799 no ano passado.

Os iPads foram lançados em companhia de novos Macs em um evento cujo foco foi a produtividade, em Nova York. "Sempre acreditamos profundamente no poder da criatividade para mudar as coisas e para levar adiante a espécie humana", disse Tim Cook, o presidente-executivo da Apple.

O novo iPad Pro adotou recursos do iPhone X, como usar uma câmera de identificação facial e bordas menores para estender a tela até mais próximo do limite do aparelho. Os críticos do iPad de 12,9 polegadas anterior, lançado inicialmente há três anos, diziam que ele era grande demais para ser segurado confortavelmente. A Apple espera responder a isso com um design mais esguio, que resulta em um aparelho com volume 25% menor que o modelo anterior.

O iPad tem tamanho parecido com o de uma folha de papel de carta americana, que tem 27,9 por 21,6 centímetros, e pesa "cerca de 450 gramas", segundo a Apple.

O iPad Pro usa a mesmas tela padrão LCD "Liquid Retina" adotada no iPhone XR, lançado na semana passada, e não as telas OLED de colorido mais rico e preço mais alto usadas nos iPhone XS.

Os novos iPads trocam a porta de conexão Lightning, exclusiva da Apple, por portas padronizadas USB-C, que permitem conectar o tablet a acessórios como câmeras e telas externas, e a entrada analógica para fone de ouvido foi removida do aparelho.

Há um novo Apple Pencil que se conecta magneticamente à lateral do iPad Pro, e que pela primeira vez é carregado e conectado sem fio ao aparelho.

A Apple também atualizou o "case" com teclado produzido para o tablet. Os dois acessórios ajudaram a tornar o iPad um concorrente mais eficaz dos laptops padrão e dos aparelhos ditos "conversíveis", como o Microsoft Surface. Também ficaram ligeiramente mais caros que as versões anteriores, com preços de US$ 129 para o Apple Pencil e US$ 179 para o "case" com teclado.

Dentro do novo iPad Pro há um chip A12X Bionic, uma versão mais poderosa do chip especial da Apple usado no iPhone XS. O chip de sete nanômetros leva o sistema de "processamento neural" da Apple ao iPad pela primeira vez, permitindo a instalação de apps mais sofisticados como o Adobe Photoshop.

A Apple informou também que a atualização do Mac Book Air, originalmente lançado em 2011, apresentará uma tela de alta resolução e molduras mais finas. O computador, que custará US$ 1.199, chegará as lojas em 7 de novembro.

O novo Mac Mini, com preço inicial de US$ 799, terá maior capacidade de processamento e de memória, disse a empresa.

Apple lançou novos iPhones e Apple Watches no mês passado, mas as linhas de produtos mais antigos representaram US$ 45 bilhões em vendas no trimestre fiscal mais recente. Em comparação, os iPhones geraram receita de US$ 141,3 bilhões.

"Eles realmente queriam mostrar ao mundo que não se esqueceram do iPad e do Mac", disse Mika Kitagawa, analista sênior de pesquisa da Gartner. A Apple não comentou.

Em julho, quando a fabricante informou seus resultados mais recentes, a empresa teve seu pior trimestre de vendas de Mac desde 2010, com o volume de unidades caindo 13% ano a ano. E as vendas unitárias do iPad subiram apenas 1% em relação ao ano anterior, enquanto a receita de ambos os equipamentos caiu 5% ante um ano.

Apple lança novo Ipad Pro
Apple lança novo Ipad Pro - Stephanie Keith/AFP

Mas algumas dessas quedas nas vendas de Mac foram explicadas pelo timing —a Apple esperou lançar novos Macs até julho, quando em anos anteriores os ofereceu em junho. Mais amplamente, o crescimento das vendas de Macs ultrapassou o mercado de PCs e o iPad tem sido o tablet de maior sucesso em um mercado que simplesmente se mostrou menor do que a Apple esperava quando lançou o aparelho em 2010.

Embora a Apple tenha reduzido os preços de alguns itens, como iPads para escolas, os analistas não esperam que isso aconteça com os iPads Pro ou Mac. Os analistas disseram que seria improvável que a Apple reduzisse os preços de seus computadores.

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