Bancada evangélica defende reforma da Previdência e fusão de ministérios

Manifesto foi entregue ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro

Angela Boldrini
Brasília

A bancada evangélica lançou nesta quarta-feira (24) documento defendendo as reformas tributária e da Previdência, a autonomia do Banco Central e fusão dos ministérios da Educação e da Cultura. 

Intitulado "Manifesto à Nação", o texto foi entregue ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) na quinta-feira (18) e também cita temas como o Escola Sem Partido, bandeira antiga da Frente Parlamentar Evangélica. 

"Há uma distorção de algumas pessoas imaginando que uma frente evangélica é apenas para cuidar dos valores espirituais ou da defesa da Igreja", afirmou o presidente da bancada, Takayama (PSC-PR). "Queremos aqui dizer que nós queremos oferecer ao novo governo uma linha de pensamento."

Culto evangélico com novo presidente da frente parlamentar evangélica,pastor Takayama
Culto evangélico com novo presidente da frente parlamentar evangélica, pastor Takayama - Renato Costa/Folhapress

Sobre a reforma da Previdência, o manifesto de 60 páginas afirma que é preciso uma "comissão de notáveis" para propor a "melhor forma atuarial possível", a igualdade de regras entre aposentadoria do setor público e privado. O texto não cita um dos pontos mais polêmicos da discussão, a da idade mínima. 

O texto defende ainda a redução de 29 para 15 as pastas ministeriais, com redução de 600 cargos comissionados. Entre as pastas que seriam fundidas estão a da Educação e Cultura, que viriam a formar um super ministério de Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia. 

O Ministério do Trabalho também seria extinto, sendo substituído por duas secretarias: a de Políticas Públicas para Emprego sob o guarda-chuva do "Ministério da Produção Nacional", que incluiria ainda o Ministério de Indústria e Comércio e o CODEFAT, e a de Inspeção do Trabalho, na alçada da Justiça. 

Também querem a incorporação da pasta dos Direitos Humanos pela Justiça. 

Na parte tributária, o texto propõe um imposto único que una a ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o PIS/Cofins e o ISS (Imposto Sobre Serviços). 

Além disso, prevê a fusão das Cides (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) e a substituição do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) por um "Conselho Fiscal composto por juízes especializados sem vinculação ao fisco ou ao contribuinte". 

Na seção sobre educação, a bancada defende a aprovação do projeto Escola Sem Partido, atualmente em fase de comissão na Câmara dos Deputados. "A ideologia de gênero é a mais nova invenção do pensamento totalitário, que imediatamente foi adotada pelas autoridades dos governos no PT, e demais frações de esquerda autoritária", diz o texto. 

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