BMW comprará controle de montadora na China, após Pequim afrouxar regras

É o primeiro movimento de uma montadora global após mudanças no setor sobre controle estrangeiro

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Shenyang (China) | Reuters

 A BMW pagará € 3,6 bilhões (R$ 15,5 bilhões) para assumir o controle de sua principal joint-venture na China, no primeiro movimento do tipo de uma montadora global de veículos e que ocorre após Pequim começar a relaxar regras de controle estrangeiro sobre o maior mercado automotivo do mundo.

A BMW afirmou nesta quinta-feira que vai ampliar sua fatia na joint-venture com a Brilliance China Automotive, de 50% para 75%, com o acordo sendo concluído em 2022, quando as regras do país que limitam o controle estrangeiro sobre montadoras instaladas no país forem liberadas.

O negócio deve levar a BMW a transferir mais produção para a China no momento em que Washington trava uma guerra comercial com Pequim que elevou o custo para o grupo alemão importar carros fabricados em sua fábrica na Carolina do Sul. A BMW é uma das maiores exportadoras de veículos dos EUA para a China.

Símbolo da BMW em automóvel branco da marca
BMW pagará € 3,6 bilhões (R$ 15,5 bilhões) para assumir o controle de sua principal joint-venture na China - Benoit Tessier/Reuters

O acordo também é um marco para montadoras internacionais, que são limitadas a ter no máximo 50 por cento de qualquer empresa chinesa e têm que dividir lucros com o parceiro local. Com isso, o negócio pode incentivar rivais como a Daimler a fazer o mesmo.

"Estamos embarcando em uma nova era", disse o presidente-executivo da BMW, Harald Krueger, em Shenyang, nordeste da China, onde a joint-venture está instalada. Ele agradeceu ao premiê chinês, Li Keqiang, que "pessoalmente apoiou" o plano, segundo o executivo.

A joint-venture tem planos de investir € 3 bilhões (R$ 12,9 bilhões) em uma grande expansão de capacidade produtiva que receberá uma nova fábrica, disse Krueger.

Mas analistas da indústria temem que as vendas de veículos na China possam cair este ano pela primeira vez em décadas. As vendas no país caíram em julho e agosto.

Entretanto, o vice-presidente financeiro da BMW, Nicolas Peter, afirmou que a companhia segue otimista sobre seu principal mercado no mundo.

"A principal razão para investirmos na China é porque estamos absolutamente convencidos de que o mercado tem potencial de crescimento adicional", disse Peter. Ele disse que a BMW também está investindo em capacidade adicional nos EUA.

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