Codesp troca comando após prisão de executivos

Foram presos, na manhã desta quarta (31), o presidente e diretores da companhia docas

Taís Hirata
São Paulo

O Conselho de Administração da Codesp  (Companhia Docas do Estado de São Paulo) nomeou novos executivos para o comando da empresa após a deflagração da Operação Tritão, que investiga supostas fraudes em licitações da companhia, nesta quarta-feira (31).

Pela manhã, foram presos o então presidente da companhia, José Alex Botelho de Oliva, o superintendente jurídico, Gabriel Eufrasio e o diretor de relações com o mercado, Cleveland Sampaio Lofrano.

Em reunião que, segundo o conselho, já estava programada para esta quarta, os executivos detidos foram substituídos. 

 
 

O novo presidente passa a ser Luiz Fernando Garcia, que hoje ocupa o cargo de assessor especial do ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil​. 

O diretor de relações com o mercado passa a ser José Alfredo de Albuquerque e Silva, até então presidente do conselho de administração. Ele, por sua vez, será substituído por  Ogarito Borgias Linhares, que era diretor de Departamento de Outorgas Portuárias do ministério de Transportes. 

"Consciente de sua responsabilidade e comprometido com a governança e operação do maior Porto da América Latina, o Conselho de Administração decidiu substituir o diretor-presidente e o diretor de Relações com o Mercado e Comunidade", diz a nota. 

A operação Tritão teve como alvo licitações da Codesp, supostamente fraudulentas, para contratar softwares, serviços de consultoria em tecnologia da informação e digitalização de documentos.

A concorrência teria sido direcionada já na formulação dos editais, e empresas laranjas teriam participado dos certames para acobertar o suposto esquema e dar aparência de lisura ao processo. 

Há a suspeita de que outros órgãos públicos estejam envolvidos, entre eles, a Secretaria de Portos e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), ambos ligados ao Ministério  dos Transportes, Portos e Aviação Civil​. 

"Foram confirmadas fraudes em ao menos três contratos, que somam R$ 37 milhões. Mas é bem provável que o valor seja maior, na medida em que as empresas investigadas têm contratos com outros órgãos da administração pública", afirmou o delegado federal Vitor Hugo Ferreira.

Segundo ele, além da Codesp, estão em investigação outros órgãos públicos que têm contratos com as prestadoras de serviço, que incluem a Secretaria de Portos e o Dnit.

O valor dos contratos supostamente irregulares deve somar, ao menos, R$ 80 milhões. Procurados, os órgãos não se manifestaram.

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