Com dólar caro, gasto do brasileiro no exterior cai 30,7% em setembro

Despesas com viagem foram as menores desde maio de 2016, diz BC

Maeli Prado
Brasília

A alta do dólar voltou a derrubar os gastos dos brasileiros com viagens no exterior em setembro, e já provoca uma redução no acumulado do ano em relação a 2017. 

Dados divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Banco Central mostram que o valor gasto foi de US$ 1,1 bilhão, uma queda de 30,7% na comparação com setembro do ano passado (ou seja, um aprofundamento da redução em relação a agosto, quando o valor foi 20,8% menor).

"As despesas com viagem foram as menores desde maio de 2016, e isso foi bastante afetado pela taxa de câmbio", afirmou Renato Baldini, chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do BC. 

Ele lembrou que, em setembro, o dólar médio ficou em R$ 4,12, enquanto que em setembro do ano passado a cotação era de R$ 3,13. "Isso afeta bastante os gastos, sem dúvida", disse Baldini.

 

No acumulado do ano, essas despesas com viagens totalizam US$ 13,8 bilhões, uma redução de 1,9% em relação aos primeiros nove meses de 2017 (US$ 14,1 bilhões). 

Já os investimentos estrangeiros produtivos no Brasil, que no primeiro semestre do ano vinham caindo em relação ao ano passado, somaram US$ 7,8 bilhões, acima dos US$ 6,6 bilhões de setembro de 2017. 

No acumulado do ano, o investimento direto no país soma US$ 52,2 bilhões, mesmo patamar do período de janeiro a setembro do ano passado. 

Até o dia 23 de outubro, os investimentos diretos no Brasil já somam US$ 6,9 bilhões. A projeção da autoridade monetária para o mês completo é de US$ 8,5 bilhões. 

Apesar da queda na primeira metade do ano, Baldini afirmou que o fluxo desses investimentos têm sido regulares. "Oscila as vezes, em períodos de maior incerteza, mas no geral vem se mantendo", disse Baldini. 

 

TRANSAÇÕES COM O EXTERIOR 

As transações do Brasil com o exterior foram positivas em apenas US$ 32 milhões, abaixo dos US$ 423 milhões positivos de setembro do ano passado. Para outubro, a estimativa do BC é de novo superavit, esse de US$ 1,3 bilhão. 

O superavit comercial foi de US$ 4,5 bilhões, abaixo dos US$ 4,9 bilhões registrados no mesmo período do ano passado por causa do crescimento das compras de outros países.

As importações somaram US$ 14,4 bilhões em setembro, bem acima dos US$ 13,7 bilhões  do mesmo mês de 2017. Já as exportações somaram US$ 18,9, quase o mesmo valor do ano passado (US$ 18,6 bilhões). 

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