Varejo e serviços sustentam atividade, e economia brasileira cresce 0,47% em agosto, diz BC

Resultado ficou acima da expectativa de economistas

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São Paulo | Reuters

Os setores de varejo e serviços sustentaram a economia brasileira em agosto e ajudaram a atividade a crescer acima do esperado no período, porém a retomada segue em ritmo lento em meio à instabilidade provocada pelas incertezas com as eleições presidenciais.

Em agosto, a economia brasileira teve um crescimento de 0,47% em relação a julho, informou o Banco Central nesta quarta-feira (17).

O cálculo do banco é feito por meio do indicador IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), e os dados são dessazonalizados, descontando-se, assim, os efeitos típicos dos meses para possibilitar a comparação.

O resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,25%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o avanço foi de 2,5%.

"Esse resultado e outros indicadores de atividade divulgados anteriormente sugerem um crescimento do PIB do terceiro trimestre superior ao esperado anteriormente. Assim, revisamos a nossa estimativa para o PIB do período, de 0,3% na margem para 0,5%", disse o Bradesco em nota.

Entretanto, o IBC-Br de agosto também destaca a morosidade da economia, uma vez que o índice desacelerou após avanços de 3,45% –resultado provocado pela retomada após forte queda no mês anterior devido à greve dos caminhoneiros– e de 0,65% em julho.

"Apesar da moderada recuperação da atividade em julho e agosto, nesse estágio do ciclo a dinâmica ainda é fraca e a economia opera com alto grau de ociosidade em termos de utilização dos recursos", apontou em relatório o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs, Alberto Ramos.

O comportamento positivo da economia em agosto indicado pelos dados do BC acompanha os números do IBGE para os setores de comércio e serviços.

Enquanto as vendas do comércio tiveram alta de 1,3% em agosto, os serviços cresceram 1,2%. Apesar das altas superarem as expectativas de economistas, os números ainda não representam uma retomada.

"O resultado de agosto não pode ser considerado o início de uma arrancada, até por que o movimento parece pontual e os indicadores antecedentes já apontam para uma queda em setembro", explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, sobre o desempenho dos serviços.

"O que houve em agosto foi uma recuperação de perdas para o comércio depois de desempenhos afetados pela greve dos caminheiros", explicou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, em relação à alta do comércio.

No sentido contrário aos dois setores, a indústria brasileira foi pressionada em agosto pelos bens intermediários e registrou contração inesperada no mês em meio a um ambiente de atividade econômica fraca e incertezas às vésperas da eleição presidencial.

A produção industrial caiu 0,3% em agosto na comparação com o mês anterior, de acordo com o IBGE. O resultado foi o segundo negativo após queda de 0,1% em julho, o que não acontecia desde o final de 2015.

O dado também contrariou a projeção de alta de 0,2%, em previsão da Reuters com economistas. Pesquisa da Bloomberg previa crescimento de 0,3% no mês.

Recentemente o BC piorou sua projeção de crescimento da economia brasileira para 1,4% neste ano, e previu aceleração para 2,4% no ano que vem.

Os ministérios da Fazenda e do Planejamento preveem uma elevação de 1,6% do PIB neste ano e de 2,5% no ano que vem. Enquanto isso, a projeção mais recente de economistas ouvidos pela pesquisa Focus, feita semanalmente pelo BC, é de que o PIB crescerá 1,34% em 2018 e 2,5% em 2019.

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